Economia

China sinaliza que porta para negociações está aberta, mas não sob pressão

Comentário do ministro de comércio chinês ocorre um dia após Trump afirmar que não vai “pegar pesado” com a China

O Ministério de Comércio da China sinalizou que Pequim deseja discutir a disputa tarifária com os EUA, mas que não o fará sob constantes ameaças do governo Trump. “A atitude da China em relação à guerra tarifária lançada pelos EUA é bastante clara: não queremos briga, mas não temos medo dela. Se brigarmos, brigaremos até o fim; se conversarmos, a porta ficará escancarada”, disse o porta-voz da pasta, Guo Jiakun, em coletiva de imprensa diária nesta quarta-feira, 23.

Se os EUA realmente querem resolver a questão por meio do diálogo e da negociação, devem parar de fazer ameaças e dialogar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo, afirmou Guo.

Os EUA não podem dizer que querem um acordo e, ao mesmo tempo, exercer extrema pressão sobre a China, usando uma estratégia que não funcionará, acrescentou o porta-voz.

Os comentários foram feitos um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que não vai “pegar pesado” com a China e ambos os países chegarão a um acordo comercial.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, também disse na terça a participantes de um encontro fechado com investidores do JPMorgan que espera um alívio no conflito comercial com a China, de acordo com fontes presentes no evento.

Em reunião com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, o presidente chinês, Xi Jinping, declarou nesta quarta que tarifas e guerras comerciais prejudicam os direitos e interesses legítimos de todos os países, minando o sistema de comércio multilateral global e a ordem econômica mundial, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês também comentou sobre recentes esforços dos EUA para reafirmar o controle sobre o Canal do Panamá.

“Nenhuma mentira pode encobrir a ambição dos EUA de controlar o Canal do Panamá”, disse Guo, apelando aos EUA que parem de interferir nas trocas e cooperação da China com países latino-americanos, incluindo o Panamá. Fonte: Dow Jones Newswires.