Brasil acumula 1,7 milhões de sacas de café paradas nos portos | Agro Estadão
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Economia

Brasil acumula 1,7 milhões de sacas de café paradas nos portos

Cecafé aponta falta de infraestrutura adequada para cargas nos terminais brasileiros

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Paloma Custódio | Brasília

27/11/2024 - 11:56

Foto: Adobe Stock
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Apesar da exportação recorde do agronegócio brasileiro em outubro de 2024 (US$ 14,27 bilhões), o Brasil acumula 1,717 milhão de sacas de café em 5.203 contêineres parados nos portos. O motivo, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), é a falta de infraestrutura adequada para cargas conteinerizadas nos portos do país. 

Cargas de café não embarcado até outubro de 2024 | Fonte: Cecafé

Prejuízos da mercadoria parada

O levantamento do Cecafé indica que o não embarque dessas sacas de café gerou um prejuízo de US$ 489,72 milhões, ou R$ 2,754 bilhões, como receita cambial. Esse é o valor que o país deixou de receber nos dez primeiros meses do ano porque a mercadoria não chegou ao comprador. 

O chamado “prejuízo portuário” para os exportadores de café chega a R$ 6,986 milhões no acumulado deste ano, que envolve gastos extras com armazenagem, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.

Em nota, o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, avaliou que “esses gargalos e prejuízos demonstram que nossos portos não evoluíram de maneira satisfatória e proporcional ao crescimento do agronegócio nacional, principalmente para atender produtos que são exportados por contêineres”.

Para Heron, o principal problema na infraestrutura portuária brasileira é o esgotamento. “É premente a necessidade da ampliação da capacidade de pátio e berço, bem como o aprofundamento de calado para que seja possível o recebimento de maiores embarcações”, explica. Ele também ressalta a necessidade de se investir em rodovias, ferrovias e hidrovias para estimular a diversificação de modais. 

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Atrasos dos navios em outubro

Além dos contêineres parados, em outubro deste ano, 69% dos navios (218 de um total de 317 porta-contêineres) tiveram atrasos ou alteração de escalas para exportar café dos principais portos brasileiros. O prazo mais longo de espera foi de 58 dias registrado no porto de Santos (SP), o maior do Hemisfério Sul. Os dados são do Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé.

Apesar dos desafios logísticos, o diretor técnico do Cecafé destaca que o Brasil registrou recordes nas exportações de café em 2024. “Em outubro, o Brasil exportou o maior volume mensal de café na história, com 4,926 milhões de sacas remetidas ao exterior. Esse recorde, contudo, não se dá por um cenário favorável nos portos do país, mas, sim, pelo hercúleo trabalho das equipes de logística de nossos associados, que vêm buscando outros caminhos para conseguir embarcar, como as exportações de cinco navios via break bulk feitas até o mês passado, somado aos esforços dos terminais portuários em nos atender”, ressalta Eduardo Heron.

Diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, comenta desafios da infraestrutura portuária para exportação de café

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