Economia
Atraso de navios acumula mais de 1,8 milhão de sacas de café
Cecafé aponta que produto não embarcado por conta dos atrasos dos navios somaria R$ 2,651 bilhões em receita para o país

Da Redação
24/09/2024 - 17:42

O Brasil deixou de embarcar 1,861 milhão de sacas de café em agosto, o equivalente a US$ 477,41 milhões ou R$ 2,651 bilhões em receita. Levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do País (Cecafé) aponta que o motivo foram os elevados índices de atraso dos navios ou alterações de escalas.
Por conta dos atrasos, os exportadores tiveram custos extras de R$ 5,364 milhões devido a despesas com armazenagens adicionais, pré-stackings, detentions e gates antecipados. Segundo o Cecafé, em agosto foram embarcadas 3,774 milhões de sacas de café, a um preço médio de US$ 256,55 por saca.
Do total de 287 embarcações, 197 sofreram alterações nos principais portos do país, sendo a maior parte no Porto de Santos (SP), principal escoador dos cafés brasileiros ao exterior. De acordo com o levantamento, o índice de atraso no porto santista chegou a 86%, envolvendo 110 do total de 128 embarcações. O maior prazo de espera chegou a 29 dias.

Cecafé critica infraestrutura inadequada nos portos
De acordo com o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, os principais desafios que as empresas exportadoras enfrentam estão relacionados à falta de estruturas adequadas para as cargas conteinerizadas. Segundo ele, isso revela o esgotamento da infraestrutura nos portos brasileiros e a necessidade de ampliar a capacidade de pátio e berço, assim como o aprofundamento de calado para o recebimento das grandes embarcações.
“As cargas continuam chegando do interior, mas impedidas de entrar porque os pátios estão abarrotados. Se nada for feito, esse panorama só piorará com o acúmulo de carga não embarcada e não haverá eficiência de produtor e exportador que garantam que o Brasil continue alcançando níveis significativos em exportação e receita cambial, como os recordes em volume, de 31,9 milhões de sacas, e valor, de US$ 7,2 bilhões, obtidos com os embarques de café no acumulado de 2024 até agosto”, afirma Heron.
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