Cotações
Soja segue volátil com clima na América do Sul e relação comercial entre China e EUA
Mercado agrícola acompanha o impacto do tempo seco nas lavouras da Argentina e do Rio Grande do Sul, além das relações entre China e EUA
Sabrina Nascimento | São Paulo | Atualizada às 13h40
06/02/2025 - 13:30

Os contratos futuros da soja operaram em alta na manhã desta quinta-feira, 06, na bolsa de Chicago. O vencimento para março, subia 0,12%, por volta de 11h30, a US$ 10,58 o bushel. Já o milho, no mesmo vencimento, operava praticamente estável, com queda de 0,28%, a US$ 4,95 o bushel.
No início da tarde, houve inversão dos movimentos. Enquanto as cotações da soja passaram a cair 0,12%, o milho subia 0,28% perto de 13h40.
Entre os fundamentos que estão sendo observados pelo mercado agrícola, o foco principal é o clima na América do Sul. Os traders acompanham o efeito do tempo seco na produtividade das lavouras em regiões produtoras da Argentina e do Rio Grande do Sul.
Outro ponto monitorado é a relação comercial entre a China e os Estados Unidos. Nesta semana, o país asiático informou a aplicação de taxas de até 15% sobre importações de produtos norte-americanos. A medida foi uma resposta ao governo de Donald Trump, que impôs tarifas adicionais de 10% sobre os produtos chineses.
Além do mais, o governo de Xi Jinping abriu uma contestação, na quarta-feira, 05, na Organização Mundial do Comércio contra as medidas tarifárias de Trump.
Uma nova guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo pode impactar o comércio agrícola e abrir oportunidades para o Brasil. Ao Agro Estadão, a analista de grãos do Rabobank, Marcela Marini, destacou que, antes do primeiro conflito comercial entre os Estados Unidos e a China, em 2018, os agricultores norte-americanos respondiam por quase 40% da soja importada por Pequim, considerando as safras de 2014/15 a 2016/17.
Com a imposição das tarifas, essa fatia foi reduzida para uma média de 20% entre as safras 2017/18 até 2019/20. Após o acordo da fase um, em 2021, a participação das exportações de soja dos Estados Unidos para a China voltou a alcançar 40%. “No entanto, desde a safra 2021/22, mesmo com o fim da guerra comercial, as exportações brasileiras têm ganhado relevância no total de exportações para a China, especialmente entre as safras de 2020/21 e 2022/23”, explicou Marini.
A analista acrescenta que, com a imposição de novas tarifas, a demanda pelos grãos brasileiros poderá crescer ainda mais. “Além da soja brasileira ser extremamente competitiva, se considerarmos as tarifas sobre a soja americana e o imposto de exportação argentino, as retenciones, isso reforça ainda mais a vantagem do Brasil no mercado internacional”, afirmou a analista do Rabobank. Ela ressalta que, apesar dos desafios climáticos, a expectativa ainda é de uma safra recorde de soja brasileira.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Cotações
1
Rabobank projeta arroba do boi gordo superior a R$ 350; saiba quando
2
Milho reage com demanda dos biocombustíveis: o que esperar no curto prazo?
3
Soja: prêmios sobem no Brasil e China adia compras, informa agência
4
Preço da arroba do boi gordo deve avançar na reta final de 2025
5
O que esperar da arroba do boi gordo em novembro? Especialistas explicam
6
Preço da soja recua quase 11% em Mato Grosso, aponta Imea
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Cotações
Preços do etanol caem em 14 Estados e no DF, mostra ANP
O preço médio do combustível teve queda de 0,23% na comparação com a semana anterior, ficando em R$ 4,27 o litro
Cotações
O que esperar da arroba do boi gordo em novembro? Especialistas explicam
Apesar de uma possível retração nas compras da China, oferta restrita e exportações em alta devem sustentar o preço da arroba do boi gordo
Cotações
Soja sobe quase 2% com mercado ainda otimista com acordo EUA-China
O milho acompanha os ganhos, enquanto o mercado aguarda novos dados do USDA, previstos para divulgação mesmo com o shutdown do governo dos EUA
Cotações
Rabobank projeta arroba do boi gordo superior a R$ 350; saiba quando
Movimento de alta deve ser impulsionado pela queda entre 5% e 6% na produção interna e pelo aumento da demanda
Cotações
Açúcar atinge menor preço em quatro anos, aponta Cepea
Usinas paulistas começam a direcionar parte da produção ao etanol, apesar do risco de queda nos preços com o acordo Brasil-EUA
Cotações
Preço da soja recua quase 11% em Mato Grosso, aponta Imea
Óleo de soja tem leve retração, enquanto farelo acompanha o mercado internacional e fecha a semana em alta
Cotações
Oferta robusta pressiona cotações do trigo e do algodão
Commodities entram na reta final de outubro com perdas superiores a 10% para o trigo e de mais de 5% no algodão
Cotações
Valorização do milho contrasta com queda acentuada do açúcar
Queda nos preços do açúcar pressiona margem das usinas, exigindo reavaliação das estratégias de produção, aponta Markestrat