China retalia EUA e cotação da soja despenca mais de 3% | Agro Estadão
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China retalia EUA e cotação da soja despenca mais de 3%

Contrato para maio está abaixo dos US$ 10 por bushel, em contrapartida, prêmios nos portos do Brasil ganham força

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

04/04/2025 - 12:04

Foto: Adobe Stock
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As cotações da soja na bolsa de Chicago operam em queda brusca nesta sexta-feira, 04, com alguns vencimentos perdendo o patamar dos US$ 10 por bushel. A pressão nos mercados agrícolas é desencadeada pela retaliação chinesa ao tarifaço dos Estados Unidos. 

Conforme o Estadao.com, dois dias após Trump anunciar uma série de tarifas para diversos países, o governo chinês reagiu anunciando uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA. A medida entra em vigor no próximo dia 10, segundo comunicado da Comissão Tarifária do Conselho do Estado. Em fevereiro, Pequim já havia retaliado o governo norte-americano, taxando diversos itens, inclusive produtos agrícolas. 

Como efeito, por volta das 11h45, o contrato da soja para maio de 2025 recuava 3,65%, a US$ 9,73 o bushel, no menor patamar desde dezembro do ano passado. 

A desvalorização também era observada nas demais commodities (vencimento maio/25):

  • Milho CBOT: -1,18%
  • Trigo CBOT: -2,07%
  • Óleo de soja CBOT: -4,39%
  • Farelo de soja CBOT: -1,89%
  • Algodão NY: -6,05%
  • Cacau NY: -6,94%
  • Açúcar NY: -1,05%
  • Suco de laranja: -4,14%

Segundo Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, a principal razão para essas quedas é a postura chinesa, acirrando as tensões comerciais. “Hoje dá para dizer que praticamente tudo está em cima dessa retaliação chinesa, porque o pacotaço americano, também trouxe um despertar no produtor americano e começam a circular dúvidas sobre a área ser plantada lá no país, mas o principal motivo é a retaliação chinesa”, disse ao Agro Estadão. 

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Do outro lado, diante de uma demanda chinesa que se direciona aos grãos brasileiros, há elevação dos prêmios pagos nos portos do Brasil, que apresentaram uma alta expressiva nos últimos dias. “Ontem e hoje os prêmios estão subindo entre 10 e 15 pontos. Ontem o comprador falava em 70, hoje ele fala 85, 90, 95 pontos acima de Chicago”, explica Brandalizze, acrescentando que, na semana passada os prêmios estavam entre 50 e 60 pontos, e agora se encontram cerca de 40 a 50 pontos acima desses valores.

Apesar da melhora nos prêmios, a forte queda em Chicago e a desvalorização do dólar vêm impactando os valores da soja no Brasil. Em reais, os preços nos portos não sofreram grande variação, se mantendo próximos dos valores registrados na semana passada. “A posição mais curta, como abril e maio, está na faixa de R$ 134 no porto de Paranaguá. Já o julho, que normalmente é bem valorizado, está na faixa de R$ 138 a R$ 139”, detalha o analista. Ele pondera, no entanto, que os valores estão levemente menores em comparação a um mês atrás, quando variavam entre R$ 137 e R$ 142.

Apesar das incertezas de curto prazo, a expectativa é que os preços se ajustem à medida que as relações comerciais se reorganizem. Brandalizze destaca que os fundamentos do mercado agrícola seguem positivos, com exceção da soja, que apresenta um leve excedente nesta safra, outros grãos registram produção inferior ao consumo global, o que sustenta uma tendência de valorização dos preços no médio e longo prazo. “Não tem porque manter cotação baixa se está produzindo menos que está consumindo. Essas são as regras que vão funcionar, mas só depois de passar a fervura de agora”, diz. 

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