Ministro da Agricultura também vai debater reformulação do Proagro
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, disse que vai buscar apoio do Banco Central (Bacen) para ampliar linhas de custeio dolarizadas. Fávaro se reuniu com o presidente do Bacen, Gabriel Galípolo, na tarde desta quarta-feira, 11, mas saiu do encontro sem falar com a imprensa.
“Uma das pautas é essa, para que a gente possa, com o apoio do Banco Central, criar linhas de custeio dolarizadas para esses produtores que têm o hedge natural”, afirmou o chefe da Agricultura a jornalistas, mais cedo, após participar do 2º Brasília Summit.
Fávaro explicou que com a taxa Selic — taxa básica de juros — em valores “estratosféricos” (14,75% ao ano no momento), torna-se “proibitivo fazer investimento”. Por isso, a ideia do ministro é buscar alternativas, como as linhas dolarizadas.
“Hoje temos a capacidade de captar recursos internacionais a juros muito mais baratos. Há dois anos, achávamos impossível lançar linhas de crédito e investimentos dolarizadas, que hoje fornecem recursos aos produtores da ordem de 8,5% ao ano. Com uma Selic de 15%, é quase a metade da taxa de juros”, destacou Fávaro ao lembrar da linha dolarizada que já existe no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outra questão que teria sido abordada na reunião de Fávaro com Galípolo é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). O ministro reafirmou querer uma reformulação do Proagro para migrar recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
“Fica nas costas do Banco Central o Proagro, que custou, há dois anos, R$ 10 bilhões aos cofres públicos. No ano passado, R$ 7 bilhões. E o seguro rural tem, de subvenção, menos de R$ 1 bilhão. Está desproporcional. Um gasta muito e dá pouco efeito, outro gasta pouco, com pouco efeito. No final de contas, vamos modernizar ou não vamos? Então, esses são os termos que vou tratar hoje com o presidente do Banco Central”, comentou.
O programa de recuperação de pastagens degradadas, o Caminho Verde Brasil, também entrou na pauta de discussão. A intenção do ministro é ampliar a atuação do programa, que tem como meta recuperar 40 milhões de hectares.