Agropolítica

Lula pede que Japão abra mercado para carne bovina brasileira

País asiático firmou acordo para financiar programa de recuperação de pastagens degradadas

Uma das pautas em discussão na visita ao Brasil do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, foi a abertura do mercado japonês para carne bovina brasileira. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou a reivindicação após a assinatura de acordos entre os dois países. Durante o discurso no Palácio do Planalto, nesta sexta, 03, Lula pediu ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para levar Kishida em uma churrascaria em São Paulo. 

“Leve o primeiro-ministro [do Japão] para comer um churrasco no melhor restaurante de São Paulo. Para que na semana seguinte ele comece a importar a nossa carne, para poder gerar mais desenvolvimento. A nossa carne é de qualidade e é mais barata do que a carne que vocês compram. Eu nem sei o preço, mas tenho certeza que a nossa é mais barata e de qualidade extrema”, sugeriu o presidente. 

O primeiro-ministro japonês chegou nesta sexta, 03, ao Brasil e no sábado, 04, estará na cidade de São Paulo. O vice-presidente Alckmin irá acompanhar Fumio Kishida na capital paulista.

De acordo com o Ministério de Relações Exteriores (MRE), o Japão importa 70% da carne bovina consumida internamente, o que movimenta entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões por ano. A maioria da proteína bovina vem de países como Estados Unidos e Austrália. Desde 2005 o Brasil tenta entrar nesse mercado.

Japão vai investir em programa para recuperação de pastagens degradadas

O ato em Brasília (DF) também contou com a assinatura de um memorando de cooperação com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). Esse acordo prevê a disponibilização de recursos japoneses por meio do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD)

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as taxas de juros desses recursos ficarão entre 1,7% e 2,4% em moeda japonesa – iene, com prazo de pagamento entre 15 e 40 anos além de carência entre 5 e 10 anos. O montante de recursos ofertados ainda será acertado pela JICA. 

Além do aspecto financeiro, o acordo também prevê uma cooperação técnica para definir as regiões alvo do programa e pesquisas sobre pastagens degradadas. O memorando foi assinado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e o presidente da JICA, Akihiko Tanaka.