Agropolítica

Em Goiás, produtores que aderiram ao PSA recebem entre R$ 498 e R$ 664 

Governo do estado já desembolsou R$ 4 milhões; área cadastrada pode ser de, no mínimo, dois hectares, e, no máximo, 100 por propriedade

Em Goiás, 471 produtores rurais aderiram, em 2025, ao Cerrado em Pé, programa estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Criada para incentivar a preservação do bioma, a iniciativa assegura remuneração anual de até R$ 664 por hectare ao proprietário que manter áreas nativas ou recuperar nascentes — situadas fora de reservas legais. Ao todo, mais de 15 mil hectares estão protegidos.

Os recursos são financiados pelo Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema). A cada hectare preservado além da exigência legal, o produtor recebe R$ 498. Caso recupere uma nascente degradada, o valor sobe para R$ 664 por hectare. A área cadastrada pode ser de, no mínimo, dois hectares, e, no máximo, 100 por propriedade. Até o momento, de acordo com o governo goiano, o desembolso soma R$ 4 milhões.

“É um passo muito importante. Estamos mostrando como deve ser feita a proteção ambiental do Cerrado”, afirmou o governador Ronaldo Caiado, em comunicado enviado à imprensa. Para ele, o programa se tornou ação estruturante do governo. “Graças a um esforço conjunto do estado e dos produtores, estamos provando que é possível produzir ao mesmo tempo que cuidamos do meio ambiente.”

O projeto foi lançado em dezembro de 2024. O edital prioriza pequenos agricultores, mulheres e famílias em situação de vulnerabilidade social. Podem participar proprietários com áreas de 2 a 100 hectares passíveis de supressão vegetal, ou seja, que poderiam ser usadas para plantio ou criação de gado. 

Em duas convocações do 1º ciclo anual, divulgadas em maio e agosto deste ano, foram deferidas 471 inscrições de um total de 571. Os selecionados devem manter conservada a vegetação nativa, colaborar no monitoramento, prevenir incêndios e comunicar à Semad eventuais danos. Também devem zelar pelas áreas de Reserva Legal (RL) e de Preservação Permanente (APP), em conformidade com a legislação estadual e federal.

Os beneficiados vivem em nove municípios do Norte e do Nordeste goiano: Niquelândia, Minaçu, São João d’Aliança, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Alvorada do Norte, Damianópolis, Mambaí e São Domingos.

Redução do desmatamento

Dados da Rede Mapbiomas mostram que, em 2024, Goiás reduziu em 71,9% a supressão da vegetação nativa em relação ao ano anterior. Os alertas caíram de 3.519, em 2023, para 659, em 2024. A área atingida passou de 69,3 mil hectares para 19,4 mil.

O Cerrado registrou a maior queda absoluta no país, com redução de 41,2% da área desmatada. Na Amazônia, a retração foi de 16,8%; na Caatinga, de 13,4%; no Pantanal, de 58,6%; e no Pampa, de 42,1%. Apenas a Mata Atlântica registrou aumento, de 2%.

*Com informações do Governo de Goiás