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Goiás orienta produtores para combate à cigarrinha do milho
Perdas com a praga podem chegar a 100% da plantação e ameaçam a produtividade da safra 2024/2025
Redação Agro Estadão
27/02/2025 - 11:33

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) orienta os produtores rurais sobre medidas para reduzir a incidência dos enfezamentos transmitidos pela cigarrinha do milho, especialmente no período de entressafra e semeadura da segunda safra, que se aproximam. Segundo informações da Embrapa, essa praga tem se destacado entre as mais preocupantes para a cultura do milho nos últimos anos, com perdas severas em diversas regiões do país.
A cigarrinha do milho é responsável pela transmissão de bactérias (espiroplasma e fitoplasma) da classe Mollicutes. O espiroplasma causa o enfezamento pálido, enquanto o fitoplasma causa o enfezamento vermelho. Em nota, o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, informa que a agência tem adotado ações de educação e conscientização sanitária, junto à cadeia produtiva, para assegurar a sanidade vegetal e a produtividade da safra. “Goiás é, hoje, um dos principais produtores nacionais do grão. É preciso atenção quanto ao cumprimento das medidas fitossanitárias, incluindo o manejo integrado de pragas”, argumenta.
Goiás é o terceiro maior produtor nacional de milho, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção estimada para o estado na safra 2024/2025 é de 12,7 milhões de toneladas, um avanço de 12,7% em relação ao ciclo anterior. A área plantada deve expandir 8,1%, passando de 1,74 milhão de hectares para 1,88 milhão de hectares.
“Nenhuma ação isolada é suficiente”
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, explica que, para prevenir a propagação da cigarrinha do milho, é necessária a utilização simultânea de várias medidas de prevenção ao longo da produção. “Nenhuma ação isolada é suficiente para controlar a cigarrinha do milho e os enfezamentos”, destaca em nota.
A Embrapa e Ministério da Agricultura e Pecuária listaram boas práticas que devem ser adotadas para evitar a propagação da cigarrinha do milho em todas as fases do ciclo produtivo:
Entressafra
- Eliminar as plantas voluntárias de milho (tigueras) e manter a lavoura no limpo, sem plantas daninhas.
Semeadura
- Sincronizar o período de semeadura na região.
- Evitar a semeadura do milho em proximidade de lavouras mais velhas com alta incidência de enfezamentos.
- Utilizar híbridos de milho com maior tolerância genética aos enfezamentos.
- Utilizar sementes certificadas e tratá-las com inseticidas registrados no Ministério da Agricultura.
- Tratar as sementes para reduzir a transmissão dos Mollicutes na fase inicial da cultura.
Cultivo
- Monitorar a presença da cigarrinha entre as fases VE (emergência) e V8 (oitava folha) do milho e aplicar os métodos de controle recomendados para reduzir ao máximo a população de cigarrinhas.
- Rotacionar os modos de ação para evitar a resistência da cigarrinha aos inseticidas.
- Controlar a qualidade da colheita e evitar a perda de espigas e grãos.
Após a colheita
- Transportar corretamente o milho colhido para evitar a perda de grãos nas estradas.
- Fazer a rotação de cultivos evitando o plantio sucessivo de gramíneas.
A Agrodefesa elaborou um Guia de Pragas e Doenças sobre os enfezamentos do milho. O material contém as principais informações sobre a praga, como vetor, sintomas, transmissão e manejo, para orientar produtores, técnicos, estudantes e demais públicos. A cartilha digital está disponível na página do Instagram da Agência.
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