Durante o Estadão Summit Agro, o diretor de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Alberto Martinhago Vieira, destacou a política pública como fundamental no desenvolvimento do setor
A concessão de crédito é fundamental no setor rural para estimular a agregação de valor à cadeia, defendeu o diretor de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Alberto Martinhago Vieira, durante painel no Estadão Summit Agro, realizado em São Paulo nesta quarta-feira, 13.
Martinhago citou como exemplo o impulso dado, há anos, na cadeia de proteína animal no país. “Faz parte da nossa estratégia trabalhar cada vez mais em cadeias de valor”, disse. “É perceptível o quanto uma cadeia de valor bem organizada, como a de proteína animal (aves e suínos), abre novos mercados”. Neste contexto, segundo ele, a concessão de crédito “é essencial”. “Temos de conceder crédito para incentivar o pequeno produtor a se tecnificar e agregar valor.”
Desta forma, mesmo que o agronegócio brasileiro seja visto lá fora como “exportador de commodities, o que não é exatamente ruim”, o setor tem condições de “extrapolar essa situação, passando a agregar valor e abrindo novos mercados e trazendo mais pujança.”
Para impulsionar a agregação de valor ao setor, é preciso uma “concertação entre poder público e privado”. “Vemos, por exemplo, o fortalecimento da agricultura familiar por meio de cooperativas, acessando novos mercados, juntamente com o crédito rural”, citou.
No mesmo painel, o pesquisador e professor do Insper Agro Global, Leandro Gilio, disse que a agregação de valor às commodities agrícolas está ligada a uma maior demanda por esses produtos. “Quando surge uma demanda, o setor responde rapidamente”, disse. Para ele, porém, a dificuldade do agro lá fora é justamente “criar esta demanda” por produtos de maior valor agregado. “Há dificuldade de abrir mercados, especialmente os mais protegidos”, avaliou.
Gilio recomendou, neste contexto, que o Brasil precisa promover mais seus produtos no exterior e “melhorar a imagem”. “Temos uma imagem muito ruim em termos de sustentabilidade lá fora”, pontuou. “Todos esses aspectos têm de ser trabalhados em conjunto, para abrir o mercado e criar novas demandas.”
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