Na avaliação da OCB, a mudança exigirá uma reavaliação interna das cooperativas
As linhas do Pronaf destinadas a agroindústrias e cooperativas da agricultura familiar terão juros maiores nesta safra, conforme o novo Plano Safra da Agricultura Familiar, anunciado nesta segunda-feira, 30, pelo governo federal. O custo do financiamento, que era de 6% ao ano, subiu para 8% no ciclo 2025/2026.
Apesar da alta, os limites de crédito foram mantidos. Cooperativas singulares poderão contratar até R$ 33 milhões, enquanto cooperativas centrais terão acesso a até R$ 55 milhões, com prazo de reembolso de 12 meses.
No caso do Pronaf Agroindústria, o teto será de R$ 210 mil para pessoas físicas, R$ 450 mil para empreendimentos familiares e R$ 50 milhões para cooperativas. Já no Pronaf Cotas-Partes, o limite para cooperativas segue em R$ 55 milhões. Os recursos visam a incentivar o beneficiamento e a agregação de valor à produção rural, especialmente por meio de empreendimentos coletivos.
Ao Agro Estadão, o coordenador do Ramo Agro no Sistema OCB, João Pietro, destacou que a mudança exigirá uma reavaliação interna das cooperativas, especialmente em projetos ligados à agroindústria e agregação de valor, que podem precisar ser redimensionados ou ajustados às novas condições.
“Agora é um exercício que a gente tem que fazer depois das divulgações, das resoluções do Conselho Monetário Nacional, para a gente ver realmente como ficou o enquadramento, confirmar realmente essas taxas aplicadas e outras modificações que ocorrem. E as cooperativas vão ter que voltar ali para a mesa de trabalho para readequar os seus projetos”, ressalta.
Sobre o volume disponibilizado, R$ 89 bilhões, o coordenador diz que o aumento nos valores em relação ao plano vigente ficou abaixo do que a entidade esperava. “Houve um acréscimo ao que está sendo praticado na safra atual, mas foi um pouco aquém, inclusive, da solicitação que fizemos que superava os 90 bilhões para fazer frente à necessidade atual do setor”, afirma.
“Mas reconhecemos o esforço feito pela equipe econômica do governo junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário para manter a política agrícola da agricultura familiar de pé”, comentou.