Grupo formado por cinco organizações terá fábrica em Altair (SP) para produzir 200 mil toneladas do produto por ano
O projeto de construção de uma fábrica já está em andamento. A unidade, que ficará localizada em Altair, no interior de São Paulo, deverá produzir 200 mil toneladas por ano de fertilizante organo-mineral biointeligente. A novidade, que recebeu o nome de Tello, em homenagem a Tellus, deusa romana da terra, foi anunciada durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), no estande da Coopercitrus, cooperativa agropecuária com sede em Bebedouro (SP).
Além da cooperativa, integram a iniciativa as empresas Amaggi, Tecnobeef, Souza e Lucas Participações, e Viola Agropecuária, que compraram uma área de 50 hectares para o empreendimento. O objetivo é que a unidade entre em operação em 2026.
Segundo o CEO da Coopercitrus, Fernando Degobbi, o investimento inicial é de R$ 120 milhões. Ele explica que a escolha do município de Altair é estratégica. Além de estar na área de atuação da cooperativa, a fábrica ficará ao lado de um confinamento da Tecnobeef que irá fornecer 100 mil toneladas de composto orgânico por ano – metade da matéria-prima necessária à produção.
Degobbi explica, ainda, que o produto é inteligente porque une características dos fertilizantes organo-minerais com as dos biológicos, o que potencializa a eficiência, a redução de custos e se alinha aos requisitos de sustentabilidade ambiental. De acordo com ele, o fato de o composto orgânico ser proveniente sempre da mesma fonte, no caso o confinamento, vai contribuir para manter um padrão de qualidade.
“Esse tipo de parceria, envolvendo uma cooperativa e empresas com expertise no setor, é inédito no mundo”, declara Degobbi ao Agro Estadão. “Teremos também o apoio de universidades e institutos de pesquisa”. Ousado, o grupo planeja, para 2027, inaugurar uma segunda unidade, em Diamantino, no Mato Grosso.
Uma das empresas que mantêm negócios com a Coopercitrus, a Eurochem, esteve presente dentro do shopping rural montado pela cooperativa na feira e também apresentou uma novidade para o mercado de fertilizantes. Com sede na Suíça, incrementou, em sua linha de produtos Fertiva, um produto que reúne, em um mesmo grânulo, sete nutrientes: nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, enxofre, boro e zinco.
De acordo com Rogério Pompermayer, diretor comercial da Eurochem, a concepção do fertilizante foi possível a partir de uma tecnologia industrial capaz de entregar um produto que agrega alto índice de nitrogênio com outros nutrientes, o que não é comum nas granulações existentes no mercado. “Como é uma tecnologia cara, é difícil encontrar no mundo quem invista nela. São pouquíssimas empresas”, afirma ao Agro Estadão.
Uma das características exclusivas da Eurochem para esse tipo de tecnologia é a presença do nitrato de potássio, que reduz o estresse salino, causado pela absorção de sódio. “Isso é importante porque, com a entrada dos biológicos nas lavouras, elas passam a exigir opções menos salinas”, explica.
O diretor conta, ainda, que a empresa vem aumentando a disponibilidade do fertilizante no Brasil, inclusive com variações na fórmula, para atender às necessidades de um leque de culturas.