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Sustentabilidade

Porongo: do chimarrão ao samba

Além das cuias para tomar mate, o porongo é utilizado para criar instrumentos musicais com grande importância cultural e econômica

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Redação Agro Estadão*

12/03/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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O porongo, também conhecido como cabaça, é uma planta fascinante que desempenha um papel crucial na cultura e economia de diversas regiões do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul. 

Este fruto versátil tem ganhado destaque por sua importância na produção de cuias de chimarrão e também por seu potencial no artesanato e em outras aplicações inovadoras.

A agricultura familiar desempenha um papel fundamental na cadeia produtiva do porongo, contribuindo para a preservação de tradições culturais e para o desenvolvimento econômico local.

O que é o porongo?

O porongo (Lagenaria siceraria) é uma planta pertencente à família das cucurbitáceas, a mesma das abóboras e melancias. No entanto, diferentemente de seus parentes comestíveis, o porongo é cultivado principalmente por seu fruto de casca dura e resistente. 

Originário da África, o porongo se adaptou bem ao clima tropical e subtropical do Brasil, tornando-se parte integrante da cultura gaúcha e de outras regiões do país.

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O ciclo de vida do porongo é anual, começando com o plantio geralmente realizado na primavera. A planta cresce como uma trepadeira, produzindo flores brancas e vistosas que, após a polinização, dão origem aos frutos. 

Estes frutos, inicialmente verdes e macios, amadurecem e secam naturalmente na planta, adquirindo uma casca dura e oca, ideal para a confecção de utensílios.

Tipos de porongo e suas aplicações

Os porongos apresentam uma variedade impressionante de formas e tamanhos, cada um adequado para diferentes usos.

Foto: Adobe Stock

As principais variedades incluem:

Porongos redondos: ideais para a produção de cuias de chimarrão tradicionais.

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Porongos alongados: utilizados para criar garrafas, vasos e instrumentos musicais.

Porongos de pescoço: perfeitos para a confecção de garrafas decorativas e luminárias.

Além das cuias de chimarrão, os porongos são amplamente utilizados no artesanato para criar uma variedade de objetos decorativos e utilitários, como vasos, luminárias e até mesmo peças de joalheria. 

A versatilidade deste fruto tem inspirado artesãos e designers a explorar novas possibilidades, combinando tradição e inovação.

Um dos instrumentos musicais construídos a partir do porongo é o agbê (ou xequerê). Com origem africana, ele é produzido através de uma cabaça revestida com uma rede de miçangas. O som desse instrumento pode ser ouvido em diversos estilos musicais como o samba e o maracatu.

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Cultivo do porongo

Escolha da área

O porongo se desenvolve melhor em áreas com boa exposição solar e solos bem drenados. O clima ideal é tropical ou subtropical, com temperaturas entre 18°C e 30°C. 

É importante evitar áreas sujeitas a encharcamento, pois o excesso de umidade pode prejudicar o desenvolvimento das plantas.

Preparo do solo

Antes do plantio, é fundamental preparar o solo adequadamente. Isso inclui a correção da acidez, se necessário, e a adubação orgânica. O porongo responde bem à adição de matéria orgânica, que melhora a estrutura do solo e fornece nutrientes essenciais.

porongo
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Plantio

O melhor período para o plantio é no início da primavera, após o risco de geadas. As sementes devem ser plantadas diretamente no solo, a uma profundidade de 2 a 3 centímetros, com espaçamento de 2 a 3 metros entre plantas e 3 a 4 metros entre linhas. 

Essa distância generosa é necessária devido ao hábito de crescimento vigoroso da planta.

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Cuidados essenciais

Durante o crescimento, o porongo requer cuidados regulares. A irrigação deve ser moderada, evitando o encharcamento do solo. O controle de ervas daninhas é importante, especialmente nos estágios iniciais de crescimento. 

Muitos produtores optam por utilizar tutores ou treliças para guiar o crescimento das plantas, o que facilita o manejo e melhora a qualidade dos frutos.

Colheita

A colheita dos porongos é um processo que requer paciência. Os frutos devem permanecer na planta até que estejam completamente secos, o que geralmente ocorre cerca de 5 a 6 meses após o plantio. 

Um porongo pronto para a colheita terá uma casca dura e produzirá um som oco quando batido levemente.

Pragas e doenças comuns

Como qualquer cultura, o porongo está sujeito a pragas e doenças que podem afetar sua produção. As principais ameaças incluem:

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Fungos: o oídio e o míldio são problemas comuns, especialmente em condições de alta umidade.

Insetos: besouros, lagartas e pulgões podem atacar as folhas e os frutos jovens.

Viroses: diversas viroses podem afetar o desenvolvimento das plantas e a qualidade dos frutos.

Para o controle dessas ameaças, recomenda-se a adoção de práticas de manejo integrado, priorizando métodos preventivos e orgânicos.

Por fim, o porongo representa muito mais do que apenas um fruto ou uma matéria-prima. Ele é um elo entre a natureza, a agricultura familiar, o artesanato e as tradições culturais. 

Seu cultivo e utilização não apenas geram renda para produtores rurais e artesãos, mas também contribuem para a preservação de práticas sustentáveis e para a valorização do patrimônio cultural brasileiro. 

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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