Governo do estado disponibiliza R$ 100 milhões para produtores rurais afetados pelos incêndios no interior de São Paulo
O governo de São Paulo decretou situação de emergência, por 180 dias, nos 45 municípios afetados pelos incêndios florestais que começaram no dia 4 de agosto. Além de várias medidas de apoio às populações das cidades, também anunciou R$ 100 milhões para subvenção ao seguro rural.
Os descontos variam de 25% a 30%, dependendo da cultura produtiva, e o limite é de R$ 25 mil por produtor. “O objetivo é amenizar os impactos das perdas de produção causadas pela seca e outras intempéries”, diz o governo.
Neste domingo, 25, o balanço indicou 48 municípios em estado de alerta máximo para o fogo (veja lista abaixo). Porém, o número de municípios com focos ativos de incêndio caiu para seis: Poloni, Tabatinga, Pedregulho, Pradópolis, Altinópolis e Paulo de Faria.
Na sexta-feira, 23, duas pessoas morreram em Urupês, na região de São José do Rio Preto, tentando combater as chamas em uma usina. No mesmo dia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) instaurou um gabinete de crise emergencial.
“Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente. As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares”, disse o comunicado.
O governo informou que monitora a situação com técnicos da Defesa Civil e das Secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento (SAA) e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Estimativa da SAA é de que mil propriedades rurais tenham sido afetadas pelos incêndios.
A recomendação das autoridades, ao se avistar um foco de incêndio ou fumaça de grande intensidade, é deixar o local imediatamente e informar o Corpo de Bombeiros (193) e a Defesa Civil (199).
A Orplana também garante que segue as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais verde, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana-de-açúcar. “As queimadas prejudicam o meio ambiente, a segurança das pessoas e também a rentabilidade dos produtores rurais”, conclui.
A Orplana reúne 33 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, diz que está em contato com o governo do estado para ajudar nas medidas de combate aos incêndios e apoio aos produtores.
“Não pode ser uma coincidência todas elas [queimadas] iniciarem em um mesmo momento e uma mesma ocasião e terminarem dessa forma tão drástica que é a nossa produção, meio ambiente, fauna e flora”, pontua Meirelles.
Segundo ele, muitos produtores já haviam feito o corte da cana, que já estava brotando. “É muito difícil, nós produtores rurais, perdermos todo um processo produtivo, que estamos há mais de dez anos sem queima de cana. […] Além das perdas históricas de florestas importantes é um desastre terrível”, comenta.
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