Uso de novas tecnologias, genética e manejo adequado são algumas das estratégias para aumentar a produtividade agrícola
Imagine o cenário: você, produtor rural, está prestes a iniciar mais uma safra. O solo está preparado, os insumos estão comprados e a expectativa de uma boa colheita é alta.
Mas, ao final da safra, percebe que os resultados não foram tão bons como se esperava. A produtividade, embora suficiente, poderia ter sido maior.
Esse dilema é comum e reflete a realidade de muitos agricultores que enfrentam desafios constantes para otimizar o uso de recursos, melhorar o manejo e aumentar a produção.
Segundo a ONU, a população mundial alcançará 9,7 bilhões até 2050, o que exigirá um aumento significativo na produção de alimentos, sem a expansão proporcional das áreas cultiváveis. No Brasil, um dos maiores produtores mundiais de grãos, há uma pressão crescente por práticas mais eficientes no uso de recursos, como solo, água e insumos.
Produtividade agrícola refere-se à eficiência com que os recursos (terra, água, insumos) são usados para gerar produção. Diferente de produção agrícola, que mede o volume total de produtos, a produtividade avalia quanto é produzido por unidade de recurso.
Por exemplo, se uma fazenda expande sua área plantada para aumentar a produção de milho, isso não significa necessariamente um aumento de produtividade, já que está utilizando mais recursos.
No entanto, se a mesma fazenda produz mais por hectare mantendo a área inalterada, está elevando sua produtividade.
Para melhorar a produtividade agrícola, várias estratégias podem ser adotadas, levando em consideração o porte da propriedade, os recursos disponíveis e as especificidades de cada cultura. Aqui estão alguns exemplos:
Tecnologias avançadas, como sensores de solo, drones e inteligência artificial, permitem monitorar as condições da lavoura em tempo real, identificando problemas precocemente.
Sensores de solo, por exemplo, podem medir a umidade e os nutrientes, permitindo um manejo preciso da irrigação e adubação, economizando recursos e elevando a eficiência.
Investir em sementes geneticamente melhoradas, adaptadas às condições climáticas e resistentes a pragas, pode resultar em um aumento substancial de produtividade.
Por exemplo, as sementes de soja RR, que são resistentes a herbicidas, têm permitido que os produtores usem menos defensivos químicos, ao mesmo tempo que mantêm altas taxas de rendimento.
Além disso, o uso de sementes certificadas em lavouras de milho e soja pode aumentar a produtividade consideravelmente, além de reduzir os custos com defensivos.
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma abordagem que combina a produção de grãos, pastagens e madeira em um mesmo espaço, promovendo a sustentabilidade e aumentando a eficiência no uso da terra.
Estudos da Embrapa mostram que propriedades que adotaram o sistema ILPF aumentaram a produtividade em até 30%, além de melhorarem a qualidade do solo e promover a fixação de carbono.
A rotação de culturas é uma técnica que alterna diferentes tipos de plantas em uma mesma área ao longo das safras. Isso melhora a estrutura do solo e reduz a incidência de pragas e doenças, minimizando a necessidade de defensivos agrícolas.
Um exemplo é a rotação de soja com milho safrinha, que é uma prática comum no Cerrado brasileiro. Essa técnica, além de preservar a fertilidade do solo, pode aumentar a produtividade ao longo de alguns ciclos.
A agricultura de precisão é uma das ferramentas mais promissoras para o aumento da produtividade. Ela permite que os produtores apliquem insumos como fertilizantes e defensivos de forma localizada, apenas onde são realmente necessários.
Com isso, evita-se o desperdício de produtos e há um melhor aproveitamento dos recursos, resultando em ganhos de produtividade na fazenda.
A biotecnologia, como a edição de genes e a clonagem de plantas, oferece soluções para criar culturas mais resistentes e adaptadas a condições adversas. Plantas geneticamente modificadas para resistir à seca, por exemplo, podem ser cultivadas em regiões onde a escassez de água é um desafio constante.
Nos últimos anos, o uso de culturas transgênicas no Brasil tem sido um fator decisivo para o aumento da produtividade, especialmente em regiões secas.
Sistemas de irrigação por gotejamento e pivôs centrais estão entre as tecnologias que garantem a eficiência no uso da água, um recurso cada vez mais escasso. A irrigação de precisão reduz o consumo de água em até 40%, ao mesmo tempo em que garante uma distribuição homogênea, favorecendo o crescimento saudável das plantas.
No Nordeste brasileiro, por exemplo, a adoção de irrigação eficiente tem permitido dobrar a produtividade de culturas como o feijão e a cana-de-açúcar.
O Manejo Integrado de Pragas, ou MIP, é uma estratégia que combina práticas biológicas, químicas e culturais para controlar a presença de pragas nas lavouras de forma sustentável. Em vez de usar defensivos químicos de forma indiscriminada, o MIP prioriza o monitoramento e a aplicação de soluções apenas quando necessário.
Isso não só protege o meio ambiente, como também evita a resistência das pragas e aumenta a eficiência dos insumos, resultando em melhores colheitas. Em regiões de monocultura, como o Centro-Oeste brasileiro, a adoção do MIP tem evitado perdas significativas de safra.
O uso de máquinas agrícolas autônomas e sistemas de automação no campo está crescendo rapidamente. Tratores autônomos, por exemplo, permitem que grandes áreas sejam cultivadas com menor necessidade de mão de obra e com maior precisão nas operações de plantio e colheita.
A tendência é que o Brasil continue a aumentar sua produtividade agrícola nos próximos anos, impulsionado pela adoção de novas tecnologias e práticas sustentáveis. O país tem o potencial de se consolidar como um dos líderes globais na produção de alimentos, desde que continue investindo em inovação e capacitação.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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