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Sabores, histórias e negócios
Semana Internacional do Café é vitrine para o produto brasileiro; 150 cafés concorrem ao prêmio de melhor do país
Fernanda Farias* | Belo Horizonte | fernanda.farias@estadao.com
22/11/2024 - 11:17

Os aromas do café passado na hora se misturam aos grãos torrados, criando um ambiente capaz de despertar memórias e sensações. Uma breve caminhada pelos corredores da Semana Internacional do Café (SIC), que acontece até esta sexta-feira, 22, em Belo Horizonte (MG), é suficiente para aguçar os sentidos e a curiosidade. E entre uma prova de café e outra, as conversas fluem com sotaques carregados de histórias.
Para a barista e confeiteira Michele Sena Bresotti, o evento é inspiração para criar novas receitas de tortas, geléias, biscoitos e bolos. “Sempre busco o sabor, a essência do alimento. E o café tem as notas essenciais que eu venho buscar e tentar desvendar o máximo possível”.
Enquanto uns buscam inspiração, outros aproveitam o contato direto com possíveis parceiros ou clientes. A marca cearense Café Arvoredo participa desde 2016, apresentando o café sombreado por árvores nativas da Mata Atlântica.
“Somos três fazendas que somam 20 hectares. Fazemos de três a cinco colheitas por ano, porque é seletiva”, conta Frederico Yan, um dos sócios, responsáveis por apresentar o produto aos visitantes que param no estande. A produção atual está em 300 sacas de cum café frutado, com notas de melaço, caramelo e florais.
A marca Rosa Franco, de Poços de Caldas (MG), ocupou um dos estandes para comercialização dos produtos. “Trouxemos 30 quilos, foi quase tudo. Só uma pessoa do Rio de Janeiro levou oito quilos”, comemora Ilma Rosa, que começou a focar nos especiais há sete anos e envolveu toda a família na produção. “Filho, filha, neto, todo mundo tem um pedaço da lavoura para cuidar”, diz.
E quando o consumidor de café faz da paixão um negócio? Em 2022, surgiu a Encantos do Café, uma micro torrefação em Nova Lima (MG) que envia cafés especiais para todo o Brasil, comercializados pela internet. Anelise Dutra conta que ela e o marido sempre foram Coffe lovers e a ideia inicial era empreender abrindo uma cafeteria, mas optaram por fazer toda a jornada do café.

“Temos fornecedores produtores de café de Minas Gerais e Espírito Santo, e hoje torramos meia tonelada por mês. E o grande diferencial é a torra sob demanda. O que vende durante a semana, torra, embala e o cliente sempre vai receber um café fresco”, explica.
A empresária conta que a visita na SIC deste ano tem o principal objetivo de buscar novos equipamentos, como um torrador maior para atender à demanda crescente. “A Encantos começou como um plano B, mas tem se tornado cada vez mais o nosso plano A”, confidencia a bancária, que ainda não abandonou a profissão original, assim como o marido que trabalha com tecnologia da informação.
Campeões de sabor e qualidade
Participar da SIC não é só fechar negócio – também tem momentos de premiação e reconhecimento. O evento reúne os 150 melhores cafés do país para serem avaliados pelo público em geral, que espera na fila a sua vez de passar por garrafas preparadas com a bebida.

Campeão três vezes (2018, 2019 e 2021), o café Casario está na disputa pelo título. O grão é cultivado e beneficiado em Muqui, no Espírito Santo, e tem diversas certificações de origem orgânica e sustentável. A propriedade familiar cultiva conilon em 13 hectares que rendem, em média, 100 sacas de cafés especiais por safra.
Mesmo experiente, o cafeicultor Luiz Claudio de Souza está ansioso para o resultado que será divulgado nesta sexta. “Os provadores da região deram 90 pontos, agora vamos ver como será aqui. Porque a prova de garrafa é uma prova de fogo!”, confidencia.
*Jornalista viajou a Belo Horizonte (MG) à convite da SIC.
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