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Capacitação impulsiona atuação feminina no agro, aponta pesquisa
Levantamento mostra que mais da metade das mulheres do agro busca capacitação constante, tendo a sustentabilidade como tema principal
Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
23/10/2025 - 17:05

Mais do que administrar propriedades rurais, as mulheres estão moldando o futuro do agronegócio brasileiro com conhecimento, sensibilidade e propósito. É o que mostra uma pesquisa encomendada pela Bayer à Quiddity, consultoria especializada em estudos de mercado e opinião pública. No levantamento, mais de 80% dos entrevistados reconhecem que as mulheres desempenham um papel essencial no setor, trazendo criatividade, novas ideias e uma preocupação genuína com pessoas, meio ambiente e legado.
Segundo o levantamento, a busca por conhecimento é uma das principais marcas da atuação feminina no campo. Mais da metade das mulheres ouvidas afirma se capacitar de forma constante (51%) ou sempre que sente necessidade (22%), por meio de cursos, palestras e eventos.
Em conversa com o Agro Estadão durante o 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), Daniela Barros, diretora de Comunicação da Divisão Agrícola da Bayer no Brasil, explicou que, para as mulheres do agro, aprender é um meio de fortalecer ideias, ganhar segurança e impulsionar transformações dentro e fora da porteira. “Elas estão sempre se capacitando, especialmente em temas de inovação e sustentabilidade, que são áreas em que demonstram um protagonismo crescente”, disse.
O estudo reforça ainda a importância das redes de apoio e dá visibilidade para fortalecer esse movimento. Para 89% das entrevistadas, eventos voltados às mulheres, como o CNMA, são essenciais para ampliar conexões e inspirar outras lideranças.
Sustentabilidade
Entre os temas mais procurados para ampliação do conhecimento, a sustentabilidade lidera com folga: 76% das mulheres apontam o assunto como prioridade em cursos e palestras. E essa preocupação se traduz em práticas concretas no campo.
As cinco ações mais adotadas nas propriedades lideradas por mulheres são:
- rotação de culturas (89%);
- preservação de áreas nativas (87%);
- plantio direto (82%);
- uso de bioinsumos (80%);
- práticas de agricultura regenerativa (80%).
Para Rebeca Gharibian, sócia e diretora geral da Quiddity, essa postura revela um novo perfil de liderança. “Falamos com produtoras de todas as regiões do Brasil, de diferentes idades e tipos de propriedade. O que mais se destaca é esse senso de responsabilidade com o futuro, com a terra, com as pessoas e com o legado que estão construindo”, aponta.
A pesquisa ouviu 90 produtores e produtoras rurais de todas as regiões do País, em propriedades pequenas, médias e grandes. A coleta de dados começou em junho e se estendeu até outubro, combinando entrevistas presenciais, por telefone e conversas em profundidade.

Tecnologia como fronteira de evolução
Além das boas práticas já consolidadas, as mulheres também apontam a tecnologia como próxima fronteira de evolução.
Entre as iniciativas que desejam implementar, destacam-se o uso de softwares de gestão para ganho de produtividade (33%), tecnologias de mapeamento de solo (29%) e soluções para uso eficiente de água e energia renovável (27%).
A diretora de Comunicação da Divisão Agrícola da Bayer no Brasil afirma que a mulher, antes vista como coadjuvante, hoje é protagonista da inovação no agro. “Acreditamos que a mulher do agro transforma o agro. Olhar para ela é olhar para o futuro do setor, para um agro mais inclusivo, sustentável e próspero”, destaca Daniela.
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