Economia

Selic a 12,25% deve encarecer o crédito rural no próximo ano, avalia Markestrat

Por unanimidade, Copom elevou a taxa básica de juros pela terceira vez consecutiva

Seguindo as perspectivas do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros brasileira pela terceira vez consecutiva. Com isso, a Selic passou de 11,25% para 12,25% ao ano, informou a autoridade monetária nesta quarta-feira, 11. 

Em comunicado, o Copom atribuiu ao ajuste de 1 ponto percentual — acima do esperado — as incertezas no cenário internacional, a alta do dólar e os impactos do pacote fiscal do governo. O colegiado também indicou que poderá repetir o mesmo aumento nas próximas reuniões, previstas para janeiro e março, caso as condições econômicas não se alterem. 

Embora um aumento da Selic já fosse esperado, ele adiciona um desafio para os produtores rurais em 2025. Na avaliação da Markestrat, o cenário deve ser se crédito mais caro, diante de um quadro que combina escassez de recursos financeiros, juros elevados e maior rigor na concessão de empréstimos.

“Os recursos obrigatórios, como os disponibilizados pelo Governo Federal via Plano Safra, possivelmente, se manterão atrativos, com taxas variando entre 8% a 9%. E, apesar de distantes das taxas praticadas nos anos anteriores, estas ainda serão mais competitivas se comparadas com as dos recursos livres oferecidos pelas instituições financeiras”, aponta a consultoria em relatório. 

Segundo os especialistas da Markestrat, caso não haja mudanças nas perspectivas econômicas, as taxas dos recursos livres podem ultrapassar 17%, comprometendo a capacidade de investimento tecnológico dos produtores que dependem de linhas de crédito convencionais oferecidas por bancos privados.

“Até lá, é essencial acompanhar as decisões do novo governo americano, que têm o poder de impactar o dólar, bem como as decisões do governo brasileiro”, alertam. 

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