As PANC são uma alternativa para os pequenos produtores diversificarem a produção e aumentar o lucro
As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) estão cada vez mais presentes na agricultura brasileira, oferecendo aos produtores rurais uma maneira sustentável e lucrativa de diversificar suas produções.
Com o aumento da demanda por alimentos saudáveis e alternativos, as PANC surgem como uma excelente oportunidade para quem deseja ampliar as opções de cultivo e, ao mesmo tempo, garantir uma produção com alto valor nutricional.
As PANC são plantas comestíveis — como folhas, raízes, flores e frutos — ainda pouco exploradas no mercado tradicional. Ao contrário do que muitos pensam, elas não são “ervas daninhas”, mas fontes ricas de nutrientes, fáceis de cultivar e com alto valor gastronômico.
De acordo com a Embrapa, o Brasil possui mais de 10 mil espécies vegetais com potencial alimentício, das quais apenas uma pequena parte é aproveitada comercialmente.
Entre os exemplos mais conhecidos no Brasil estão a ora-pro-nóbis, a taioba e a bertalha, todas altamente nutritivas e adaptáveis a diferentes regiões do país. Essas plantas, já tradicionais em muitas comunidades, têm um enorme potencial para expandir sua presença nas mesas brasileiras.
As PANC são ricas em nutrientes essenciais. A ora-pro-nóbis, por exemplo, é conhecida por ter até 25% de proteína em suas folhas, sendo uma excelente alternativa para dietas à base de plantas.
Já a taioba é uma fonte rica em ferro, cálcio e fibras, contribuindo para uma alimentação mais saudável. Essas plantas oferecem soluções práticas e nutritivas tanto para produtores quanto para consumidores.
Investir no cultivo de PANC permite ao produtor diversificar sua produção agrícola, diminuindo a dependência de poucas culturas e, consequentemente, os riscos econômicos e climáticos.
As PANC são plantas rústicas e bem adaptadas ao clima local, o que as tornam mais resistentes a pragas e doenças.
Isso significa que, em muitos casos, é possível reduzir o uso de defensivos agrícolas, o que diminui os custos de produção e facilita o cultivo orgânico, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis.
Uma das grandes vantagens das PANC é sua adaptabilidade. Espécies como a vinagreira prosperam facilmente em regiões tropicais, como o Norte e o Nordeste do Brasil.
Essa versatilidade permite que produtores em diversas regiões possam explorar o cultivo dessas plantas sem grandes ajustes no manejo agrícola.
Na hora de escolher quais PANC cultivar, é importante levar em conta o clima, o solo e a demanda do mercado local. Em Minas Gerais, por exemplo, a ora-pro-nóbis é amplamente cultivada, enquanto a taioba tem boa aceitação no Sudeste.
Antes de iniciar o plantio, é essencial fazer uma análise de mercado para identificar o potencial de comercialização de cada espécie.
O manejo sustentável do solo é fundamental para o cultivo bem-sucedido de PANC. Técnicas como adubação orgânica e o uso de cobertura vegetal, conforme recomendado pela Emater, podem melhorar a qualidade do solo e aumentar a produtividade.
Cada espécie possui suas próprias exigências de espaçamento e profundidade de plantio, mas um solo bem drenado e rico em matéria orgânica é sempre uma base importante para o sucesso do cultivo.
A colheita no momento certo garante que as PANC cheguem ao mercado com a melhor qualidade possível. Folhas como a taioba devem ser colhidas quando jovens, enquanto frutos, como os da vinagreira, precisam de maturação completa.
Após a colheita, o armazenamento adequado em ambientes frescos e ventilados prolonga a durabilidade dos produtos, e métodos como desidratação podem ser usados para conservar por mais tempo.
A comercialização das PANC pode ser feita por diversos canais, como feiras livres, restaurantes especializados e mercados locais. De acordo com o Sebrae, uma boa estratégia de marketing deve destacar os benefícios nutricionais e a sustentabilidade dessas plantas. Participar de feiras agroecológicas também pode aumentar a visibilidade dos produtores e criar novas oportunidades de negócio.
Produtores de PANC precisam estar atentos às normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que regulamenta a comercialização de produtos alimentícios. A certificação orgânica, por exemplo, pode agregar valor às PANC, facilitando o acesso a mercados especializados e ampliando a lucratividade.
O mercado de PANC ainda enfrenta o desafio da falta de conhecimento por parte do consumidor. No entanto, o interesse por alimentos saudáveis e sustentáveis está crescendo.
Embora algumas PANC tenham produção sazonal, estratégias como o congelamento e a desidratação ajudam a manter a oferta constante ao longo do ano, permitindo que os produtores aproveitem o mercado de forma contínua.
O cultivo de PANC oferece uma oportunidade promissora para pequenos e médios produtores rurais. Além de contribuírem para a diversificação das culturas, essas plantas são altamente nutritivas, adaptáveis e exigem menos insumos químicos.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.