Economia

Emater: chuva alivia situação de lavouras de soja no RS, mas há perdas definitivas

No centro-oeste do estado, áreas semeadas no início do calendário recomendado foram severamente afetadas

As recentes chuvas trouxeram um alívio parcial para as lavouras de soja no Rio Grande do Sul, mas em algumas regiões as perdas já são irreversíveis, segundo a Emater. No centro-oeste do estado, áreas semeadas no início do calendário recomendado foram severamente afetadas, com plantas de porte reduzido, folhas caídas e prejuízos permanentes na produtividade.

O levantamento da Emater aponta que 55% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos, 32% em floração, 7% em maturação e 6% ainda em desenvolvimento vegetativo. “A umidade do solo ajudou na recuperação da turgescência das folhas e favoreceu o desenvolvimento das plantas”, informou a Emater. No entanto, para lavouras mais prejudicadas pela seca, a melhora visual não significa recuperação da produtividade.

Na região de Manoel Viana, estima-se que metade do potencial produtivo tenha sido perdido, com impactos variando conforme a localidade e a variedade de soja cultivada. Em São Gabriel, produtores já avaliam interromper os cuidados em áreas muito afetadas e, em alguns casos, cogitam usá-las para pastejo.

Enquanto a soja enfrenta perdas, a colheita do milho já alcançou 62% da área cultivada no estado, com produtividade considerada boa pela Emater. Em Erechim, algumas lavouras superam os 12 mil kg por hectare, enquanto na região de Ijuí a média está em 8.800 kg/ha.

As lavouras de milho semeadas mais tarde, que ainda estão em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, foram beneficiadas pelas últimas chuvas. No entanto, técnicos alertam para a presença da cigarrinha-do-milho, praga que exige monitoramento para evitar impactos na produtividade.