Açúcar tende a manter bons preços e etanol deve ter impacto de eventos climáticos de 2024
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou as perspectivas para o açúcar e o etanol em 2025. Segundo a entidade, o ano traz desafios, especialmente, com relação às condições climáticas e os efeitos da seca e queimadas em 2024. No entanto, também pode ser um ano de oportunidades no mercado externo, com dólar mais valorizado e ampliação da mistura de etanol na gasolina.
“A posição de liderança do Brasil no comércio internacional de açúcar será consolidada em 2025, ano em que se espera preços sustentados em um bom patamar tanto no mercado interno como externo”, projeta o Cepea. Os preços internacionais podem ajudar a manter os preços internos em “patamares favoráveis”. Outro ponto é a economia, que deve crescer mais lentamente, mas ainda conseguirá absorver a oferta interna.
De acordo com pesquisadores, no comércio internacional, os preços podem se sustentar acima de 18 centavos de dólar por libra-peso na ICE Futures (Bolsa de Nova York). A explicação para isso é que há uma demanda de mercados emergentes, como Paquistão e Indonésia, aliada a uma baixa reposição dos estoques mundiais nos últimos anos.
“Historicamente, a queda na relação estoque/consumo tem sido um dos principais fatores de preços em alta, o que deve beneficiar as exportações brasileiras, somando-se a isso a expectativa de que o patamar do câmbio também pode continuar elevado”, indicam os pesquisadores. Eles também preveem boas oportunidades tanto para o açúcar como para o etanol em eventuais disputas comerciais entre Estados Unidos e China.
Os pontos de atenção estão relacionados à qualidade e produtividade da cana-de-açúcar para a safra 2025/2026, que inicia em abril. Isso porque as condições adversas do clima em 2024, com períodos quentes e secos, além das queimadas em canaviais na região Centro-Sul impactam o ciclo. “As preocupações recaem sobre o desenvolvimento da lavoura, especialmente as que serão colhidas entre abril e julho”, aponta. O processamento nessa temporada é projetado entre 581 milhões de toneladas e 620 milhões de toneladas, abaixo da safra passada.
No entanto, há expectativa de novos investimentos, principalmente, para o Centro-Oeste devido “a importância do Brasil como protagonismo na discussão da transição energética e na diversificação dos tipos de produtos”. Outro fator que entrega otimismo é a demanda interna com a expectativa de aumentar a mistura de etanol na gasolina de 27,5% para até 35%.
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