Cotações
Soja recua em Chicago puxada por queda do petróleo e do óleo vegetal
Possível reaproximação entre EUA e Irã pressiona mercado de energia e provoca efeito cascata no complexo soja
Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
15/05/2025 - 15:52

As cotações da soja na Bolsa de Chicago operam em forte queda nesta quinta-feira, 15. Por volta das 15h20 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em julho recuava 2,19%, sendo negociado a US$ 10,77 por bushel.
Um dos principais fatores por trás do movimento negativo é a desvalorização nos contratos futuros do óleo de soja, que caíam 5,72% no mesmo horário. Segundo o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a pressão no mercado agrícola vem diretamente do petróleo, que também apresenta perdas significativas nesta sessão.
“Teve a questão do petróleo caindo, chegou a trabalhar com até 3,5% de queda durante a manhã. Isso por causa de negociações entre Estados Unidos e Irã sobre o programa nuclear, o que trouxe expectativas de um acordo e acabou deflagrando uma liquidação nos preços do petróleo”, explicou o consultor.
Durante visita ao Catar, Trump afirmou que os norte-americanos estariam próximos de um acordo com o Irã para limitar o desenvolvimento de armas nucleares. A possibilidade de reaproximação entre os países mexeu com os ânimos no mercado energético, derrubando os preços do petróleo.
Com o petróleo em baixa, o óleo de soja, utilizado na produção de biodiesel, também perdeu força, o que afetou o complexo da oleaginosa. “O petróleo caiu, puxou o óleo de soja para baixo e isso acabou empurrando o grão também. É um dia atípico, atemporal, com influência forte do petróleo, não por fundamentos próprios da soja”, salientou Vlamir.
Além da influência do petróleo, o consultor destaca que outros dois fatores adicionaram uma leve pressão de baixa ao mercado: o ligeiro aumento na estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento para a safra brasileira de soja — adicionando expectativa de maior oferta – e as condições climáticas nos Estados Unidos, que têm favorecido o plantio da nova safra, mantendo o mercado mais calmo do lado da demanda. “Nenhum deles [fatores] é altista. São neutros ou levemente negativos”, pontuou o consultor.
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