Gripe aviária restringe exportações e pressiona proteína avícola; setor de suínos se beneficia de consumo aquecido e custos menores
Os preços da carne de frango vêm registrando forte queda no mercado interno ao longo de junho (-8,72% até a quarta-feira, 18), reflexo do aumento da oferta disponível no país. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o recuo nas cotações está diretamente relacionado às restrições às exportações impostas por parceiros comerciais do Brasil, em função do caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial no país.
Segundo os pesquisadores, embora as carnes bovina e suína também apresentem retração nos preços neste mês, as quedas são mais moderadas. Como resultado, a carne de frango tem ganhado competitividade frente às proteínas concorrentes no mercado doméstico.
Contudo, nesta semana, o governo brasileiro se autodeclarou livre da gripe aviária após 28 dias de quarentena. Assim, o país espera a chancela da Organização Mundial de Saúde Animal para que os embargos às exportações de frango sejam derrubados.
Por outro lado, o setor de suínos vive um cenário oposto. O poder de compra do suinocultor paulista frente aos principais insumos da atividade, como milho e farelo de soja, acumula sete semanas consecutivas de avanço, de acordo com o Cepea. “Essa melhora é resultado tanto da desvalorização dos insumos quanto da valorização do suíno vivo no mercado”, dizem os pesquisadores.
A demanda aquecida nas primeiras semanas do mês, impulsionada pelas temperaturas mais amenas e pelas festividades típicas deste período, tem sustentado a alta nos preços da proteína suína. Além disso, a oferta de animais no mercado interno está mais enxuta, o que também contribui para firmar as cotações do setor.