Mesmo com a tarifa elevando os preços, norte-americanos não devem deixar de consumir café, aponta especialista
Depois de 11 semanas em queda, o preço do café arábica chegou a operar com alta de 4% nesta quinta-feira, 10, na Bolsa de Nova York. O contrato para setembro, por exemplo, fechou precificado em 287,80 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,32%. Já na B3, a cotação do arábica fechou em US$ 351,90 a saca, alta de 0,93%.
O comportamento dos preços foi uma resposta do mercado ao anúncio do presidente Donald Trump ao taxar em 50% todos os produtos brasileiros — disse o head de café da Datagro, Orlando Editore.
Segundo o analista, a tarifa não vai fazer com que o consumo caia nos Estados Unidos. Portanto, com a taxação, o café seguirá valorizado, elevando os preços internacionais. Isso não anula a possibilidade, segundo ele, de baixas nos preços no mercado interno. “O peso do café no orçamento dos países ricos é muito baixo, por isso eles não deixam de consumir”, disse Editore, lembrando que mesmo na alta histórica, em fevereiro deste ano, o consumo não caiu.
Ainda assim, alerta que os Estados Unidos é o principal comprador do café brasileiro, com remessas de 25 milhões de sacas anualmente, em média, o que representa 30% do consumo da bebida pelos norte-americanos.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), diz que a tarifa representa um grave retrocesso nas relações comerciais entre os dois países, com impactos extremamente negativos para toda a cadeia produtiva do café brasileiro. Entre as consequências, cita o comprometimento da competitividade do produto brasileiro e a pressão sobre os custos.