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Cotações

Boi gordo dispara e café segue elevado: oferta limitada e demanda aquecida impulsionam preços

Por outro lado, soja e milho continuam em queda, refletindo boas perspectivas de safra e dinâmica do mercado global

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Sabrina Nascimento | São Paulo

26/11/2024 - 08:00

Fonte: Adobe Stock
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As cotações do boi gordo seguem em alta, sustentadas pela forte demanda no início desta reta final de 2024. No mesmo ritmo, os preços do café seguem em alta, tanto no mercado interno quanto externo, diante do cenário de baixa oferta do grão, com problemas no volume de produção da safra brasileira. Confira abaixo os detalhes da análise da consultoria Markestrat:

Pecuária

Os preços da arroba do boi gordo continuaram em escalada. Na última semana, houve negócios próximos a R$ 350 por arroba no mercado físico. 

Já na B3, os contratos futuros apresentaram valorização em todos os vencimentos. Para novembro a alta foi de 1,9%, encerrando a R$ 349,55 por arroba. Os vencimentos de dezembro e janeiro, avançaram 1,9% e 2,6%, fechando a R$ 349,40 e R$ 346,30 por arroba, respectivamente. 

Na visão da Markestrat, a expectativa é de que os fundamentos atuais continuem sustentando os preços. “Embora o repasse das altas ao consumidor final já seja visível nas gôndolas dos supermercados, a demanda deve permanecer firme com a proximidade das festividades de fim de ano”. Segundo a consultoria, mesmo com o aumento na oferta de boi de capim durante o período chuvoso, é improvável que a produção seja suficiente para atender à demanda interna e externa por carne bovina, com isso, os preços devem seguir elevados. 

No mercado de reposição, o preço do bezerro em São Paulo subiu 4,1% na última semana, fechando a R$ 2.543,83 por cabeça. Apesar da valorização em ambas as categorias, a relação de troca permaneceu praticamente estável, exigindo 7,2 arrobas bovinas para a aquisição de um bezerro desmamado.

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Café

O cenário de oferta limitada e a expectativa de preços firmes, pelo menos no curto prazo, segue mantido para o café. A baixa produção esperada para a safra 2025 e a demanda consistente mantêm as cotações em elevação. 

Na última semana, o café arábica apresentou um aumento de 7,6%, sendo negociado a R$ 1.942,03 por saca no indicador Cepea. Enquanto isso, o tipo robusta teve valorização de 2,8% no período, atingindo R$ 1.614,53 por saca.

No mercado futuro, os avanços também foram significativos. Em Nova York, o contrato do arábica registrou alta de 8,3%, negociado a R$ 2.324,43 por saca. Já em Londres, o café robusta teve valorização de 7%, encerrando a semana cotado a R$ 1.733,69 por saca.

“A perspectiva para as próximas semanas é de continuidade nesse movimento, impulsionado pela entressafra nas principais regiões produtoras”, dizem os especialistas da Markestrat. 

Soja

Na contramão da alta no mercado de pecuária e café, a soja mantém a tendência de desvalorização, acompanhando o movimento de seus derivados e do complexo de grãos.

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Conforme a Markestrat, as cotações continuam pressionadas pelas boas perspectivas de safra na América do Sul e pelo avanço das vendas da oleaginosa dos EUA no mercado global. “Para as próximas semanas, a expectativa é de que os preços sigam em queda, refletindo esses fundamentos”, afirma em relatório. 

No mercado físico, a saca foi negociada em Paranaguá-PR a R$ 142,00, apresentando um leve recuo de 0,1%. No mercado futuro, os contratos para janeiro recuaram 1,4%, encerrando a semana cotados a US$ 9,84 por bushel — equivalente a R$ 125,93 por saca. Na B3, os mesmo contratos da oleaginosa registraram queda de 1,5%, com a saca de 60 kg negociada a US$ 21,68 por saca, equivalente a R$ 125,76 por saca.

Milho

Assim como nas últimas semanas, a tendência é de que os preços do milho continuem pressionados pela dinâmica do complexo de grãos e pelo avanço da semeadura no Brasil. 

Na semana passada, as cotações permaneceram em baixa, tanto na bolsa de Chicago (CBOT) quanto na B3.

Em CBOT, os contratos para dezembro encerraram cotados a US$ 4,26 por bushel, equivalente a R$ 54,48 por saca — queda semanal de 0,3%. Já os vencimentos para março recuaram 0,5%, sendo negociados a US$ 4,35 por bushel — R$ 55,69 por saca. Na B3, os contratos para janeiro e março caíram 1,3% e 1,1%, negociados a R$ 72,00/saca e R$ 73,05/saca, respectivamente.

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No mercado físico, a saca de 60 kg foi negociada a R$ 743,41, base Campinas, representando uma redução de 1,7% na semana.

Cana-de-açúcar

Após semanas de alta, os preços do açúcar registraram queda no mercado físico e no futuro. No mercado físico, a saca de açúcar desvalorizou 0,6%, sendo negociada a R$ 167,17. No mercado futuro, após um avanço na segunda semana do mês, os preços recuaram novamente, com os contratos para março na CBOT apresentando queda de 2,9%, encerrando a semana a R$ 164,05 por saca.

Enquanto isso, o etanol manteve-se praticamente estável. No mercado físico, o litro foi negociado a R$ 2,63, e no futuro, os contratos com vencimento em novembro seguiram sem alterações, fechando a R$ 2,73 por litro. 

Apesar da estabilidade, segundo os especialistas, “a valorização dos combustíveis fósseis na última semana pode impulsionar o consumo de etanol, especialmente em um período de entressafra no Centro-Sul, o que pode dar suporte às cotações.”

Algodão

Após iniciar novembro em queda, os preços da pluma de algodão no mercado interno apresentaram uma leve alta de 0,6% na última semana, sendo negociados a R$ 129,95 por arroba. No mercado futuro, os contratos com vencimento em dezembro na bolsa de Chicago registraram uma valorização mais expressiva, de 7,1%, encerrando o período a R$ 137,45 por arroba.

“Essas movimentações indicam uma possível mudança nos fundamentos de mercado, cuja confirmação dependerá do desempenho da safra 2024/25 no Brasil”, aponta a consultoria.

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