No cenário internacional, as preparações para Ano Novo Chinês impulsionam a comercialização da carne bovina do Brasil
O mercado físico do boi gordo tem se deparado com preços mais altos no decorrer desta semana e, de acordo com análise de Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, a tendência é de continuidade deste movimento no curto prazo diante de escalas de abate ainda apertadas.
Nesta quarta-feira, 14, foram relatadas negociações acima da referência média nos últimos dias em São Paulo. Animais ‘padrão China’ são negociados em até R$ 240 a arroba, a prazo. Animais de mercado interno têm negócios a partir de R$ 230 a arroba.
Demais praças acompanhadas pela Safras também apresentam preços firmes como Minas Gerais, com relatos de negócios em torno de R$ 225 por arroba no Triângulo Mineiro. No Paraná, indicações de negócios a R$ 238 por arroba em Cruzeiro do Oeste. Também com relatos de negociações acima da referência média, em Mato Grosso do Sul, na região de Naviraí, a arroba é negociada a cerca de R$ 240.
Conforme análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a diminuição da diferença entre os preços da arroba de boi no estado de São Paulo e em outras regiões está atrelada ao afastamento de muitos frigoríficos de São Paulo das negociações diárias, tendo em vista que já detêm animais de confinamentos adquiridos antecipadamente, enquanto agentes de indústrias de outros estados ainda optam por preencher as escalas no mercado de balcão.
Na parcial de agosto – em comparação à média de São Paulo – a redução mais significativa ocorre em Mato Grosso do Sul, onde o diferencial está em apenas R$ 6,18 por arroba, queda de 63% em relação à média de janeiro a julho deste ano. Desde outubro de 2021, a diferença de preços entre esses dois estados não ficava na casa dos R$ 6.
Além do mercado físico do boi gordo, o mercado chinês de carne bovina também tem demonstrado firmeza nas negociações, impulsionado pelo início das preparações para as festividades do Ano Novo Chinês.
Segundo análise da consultoria Agrifatto, a recuperação da demanda de carne tem se destacado, permitindo um aumento nos preços da carne bovina vendida aos chineses. Com isso, os negócios da proteína bovina destinados à China demonstraram valorização, com o dianteiro bovino registrando alta de 1,10% e ficando cotado a US$ 4.600 a tonelada.
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