Cotações
Boi gordo: alta perde força no mercado futuro, mas demanda deve sustentar preços no curto prazo
Contratos com vencimento em dezembro e janeiro fecharam a última semana em queda de 7,4% e 7,9%, respectivamente

Sabrina Nascimento | São Paulo
03/12/2024 - 08:00

Em novembro, as cotações do boi gordo no mercado avançaram 9,8% em comparação com o mês anterior. Esse movimento, no entanto, vem perdendo fôlego para o médio e longo prazo, apontam os especialistas da Markestrat.
No mercado futuro, os contratos com vencimentos para dezembro e janeiro encerraram a semana a R$ 319,00 e R$ 314,35 por arroba, com desvalorizações de 7,4% e 7,9%, respectivamente. “Esse comportamento reflete uma desaceleração na escalada dos preços, devido à diminuição no escoamento da carne no varejo, influenciado pela alta nos preços da carne bovina, que também elevou os preços das carnes suínas e de aves”, diz a consultoria em relatório.
Olhando a curto prazo, a expectativa ainda é de preços firmes, que devem ser sustentados pela maior demanda no início do mês e devido à proximidade das festividades de fim de ano. O quadro muda, entretanto, nas perspectivas de médio e longo prazos. “O repasse dos custos ao consumidor final tende a ser mais desafiador, o que pode continuar a pressionar negativamente os preços”, explicam os especialistas.
Mercado de reposição – Na última semana, o preço do bezerro em São Paulo subiu 1,8%, fechando a R$ 2.654,17 por cabeça. Em novembro, a alta foi de 14,1%. Segundo a Markestrat, esse aumento já impactou a relação de troca entre o boi gordo e o bezerro. No encerramento do mês, foram necessárias 7,5 arrobas para a aquisição de um bezerro desmamado — na semana anterior, era preciso 7,2 arrobas.
Café
Os impactos das recentes estiagens sobre a produção da próxima safra no Brasil e na Ásia, seguem pressionando as cotações. No acumulado de novembro, o café arábica registrou valorização de 38,3%, enquanto o robusta apresentou alta de 26% no mercado físico.
No mercado futuro, os preços seguiram em alta nas bolsas de Nova Iorque e Londres. Para o café arábica, houve valorização de 3,6%, com negociações a R$ 2.528,30 por saca — atingindo preços históricos na bolsa de Nova Iorque. O café robusta apresentou alta de 5%, encerrando a semana cotado a R$ 1.942,42 por saca.
Na visão dos analistas da Markestrat, esse cenário tende a se consolidar nas próximas semanas. Eles apontam que, a evolução do desenvolvimento das lavouras, a confirmação das expectativas de produção da próxima safra e a forte demanda são os fatores que influenciarão o cenário.
Cana-de-açúcar
Os preços do açúcar e etanol devem seguir em queda, pelo menos no curto prazo. No cenário de perspectiva pesam os níveis de moagem, as expectativas de produção da safra e a competitividade em relação aos combustíveis fósseis, segundo a Markestrat.
Na última semana, no mercado físico, o açúcar sofreu uma desvalorização de 1,1%, com a saca negociada a R$ 164,55. No mercado futuro, os contratos para março na bolsa de Chicago recuaram 2,1%, sendo negociados a R$ 166,70 por saca.
Para o etanol, os preços no mercado físico registraram leve alta de 0,3%, custando R$ 2,62 por litro. No mercado futuro, os contratos com vencimento em novembro desvalorizaram 0,3%, mantendo-se em R$ 2,73 por litro pela segunda semana consecutiva.
Algodão
Uma possível mudança na dinâmica dos fundamentos do mercado de algodão está no radar dos especialistas da Markestrat. “A confirmação dessa tendência deverá ocorrer nas próximas semanas”, diz o relatório.
O motivo que sustenta a análise é a pressão das cotações no mercado internacional durante a última semana. Os contratos com vencimento em dezembro deste ano permaneceram praticamente estáveis na bolsa de Chicago, fechando o período cotados a R$ 144,96 por arroba.
No mercado físico, o movimento foi inverso. A pluma registrou alta de 3,2% ao longo da última semana, sendo negociada a R$ 134,44 por arroba. No acumulado do mês, os preços apresentaram valorização de 2,2%.
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