No cenário internacional, moeda Yuan se fortalece e chineses aceitam pagar mais no dianteiro bovino
O mercado físico do boi gordo vem apresentando movimentações distintas nesta semana. Na segunda-feira, 5, o Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 fechou o dia a R$ 234,40 a arroba, alta na comparação diária de 0,54%. O mesmo patamar de preços foi observado no dia seguinte. Já nesta quarta-feira, 7, a arroba bovina teve uma queda de 1,77%, negociada a R$ 230,55.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o mercado de animais para abate segue firme na maior parte do País e, em geral, frigoríficos que buscam completar escalas têm relatado certa dificuldade para novas aquisições. “No mercado paulista, sobretudo, observa-se um recuo maior da indústria em comparação às demais regiões, na tentativa de evitar novos ajustes do preço da arroba”, aponta o Cepea em publicação setorial.
Pesquisadores do Centro de Estudos contextualizam ainda que a abertura pontual de preços maiores também possibilita à indústria preencher novas escalas e, num momento seguinte, evitar compra de volumes maiores, o que alivia a pressão de demanda.
Já a consultoria Agrifatto avalia lados distintivos que têm resultado nas oscilações recentes. “De um lado temos os frigoríficos que mantêm a estratégia de compras compassadas, adquirindo apenas o suficiente para atender às programações devido ao volume significativo de contratos a termo. Por outro lado, o pecuarista consegue manejar a oferta e manter o preço firme, dosando as vendas em pequenos lotes”, diz a consultoria.
Segundo a Agrifatto, com as variações pelo país, nesta quarta-feira a média brasileira da arroba ficou cotada em R$ 218,06, apresentando um “tímido” incremento de 0,05% na comparação diária. Na B3, todos os contratos tiveram ajustes positivos, com o vencimento para setembro de 2024 cotado a R$ 239,95 por arroba, um incremento de 0,27% na comparação diária.
Cabe ressaltar uma observação do Cepea de que a possibilidade de queda brusca de temperatura nos próximos dias – fato que pode fazer com que pecuaristas busquem vender mais rapidamente os animais prontos – pode diminuir a necessidade de aumento de preços por parte da indústria, neste momento.
Ainda de acordo com a Agrifatto, no mercado internacional da carne bovina, as compras chinesas se tornaram mais fluidas e apresentaram uma demanda um pouco mais forte, devido à valorização do yuan frente ao dólar, que tem desempenhado um papel importante, melhorando o ânimo dos importadores chineses. Dessa forma, os negócios de carne bovina com destino à China demonstraram uma valorização de 4,60%, com a referência para o dianteiro bovino brasileiro ficando em US$ 4.550 por tonelada e com viés de alta.
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