Agropolítica

Goiás lança fundo de investimento de R$ 800 milhões

Uma das aplicações do crédito, que terá taxa de juros de 10% ao ano, será para reduzir os impactos do tarifaço norte-americano

O governo de Goiás lançou, nesta terça-feira, 5, na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, um fundo de investimento de R$ 800 milhões, com o intuito de atrair empresas e gerar novos negócios no Estado.

O Programa de Crédito para o Desenvolvimento de Goiás terá uma taxa de juros de 10% ao ano e será direcionado, principalmente, aos setores de biogás/biometano, terras raras, transmissão de energia e data centers. Também serão contemplados segmentos afetados pela alíquota de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, que entra em vigor nesta quarta-feira, 6.

Segundo o governador goiano, Ronaldo Caiado, metade do fundo será constituído por créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e outra metade deverá ser captada no mercado financeiro. “Essas duas fontes dão uma condição de financiar a menor taxa de juros que se tem no país”, afirmou Caiado, durante o lançamento.

O programa prevê, ainda, a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), modalidade que aplica seu patrimônio em débitos que empresas têm a receber.

As estratégias, segundo Caiado, preservam a estabilidade fiscal, já que não usam recursos do Tesouro Estadual. “É um mix capaz de passar ao empresário uma taxa de juros competitiva, priorizando aquilo que é interesse do Estado no desenvolvimento de energia, biometano, abrir espaço para data centers e avançar na parte de exploração e refino de terras raras — já que Goiás é o único estado no Ocidente que tem terras raras pesadas”, disse.

O governador também destacou a força da agricultura – o Estado ocupa a terceira posição no país na produção de grãos – como um fator para atrair empresários em busca de oportunidades.

O diretor-executivo do Instituto Mauro Borges (IMB), Erik Figueiredo, explicou que, por não envolver dinheiro público, o processo dispensa licitação. “O setor privado é quem vai gerir esse fundo. E os projetos que se enquadrem nas áreas que sairão no decreto serão analisados pela estrutura do governo e por quem está emprestando esse dinheiro, que vai avaliar a capacidade de pagamento”.

*Com informações do Governo de Goiás