Bancada se posiciona em resposta a afirmação do governo sobre haver relação entre a produção do biocombustível e o preço dos alimentos
A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) emitiu uma nota na qual rebate a tese de que a produção do biocombustível tem colaborado na alta dos preços dos alimentos, principalmente, do óleo de soja. A manifestação da bancada tem o objetivo de responder a uma parte do governo que vê influência do biodiesel no aumento dos preços. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a externar que pretendia ter uma conversa com empresários do setor para entender a alta do óleo de soja de R$ 4 para R$ 10.
A nota afirma que “a produção de biodiesel não concorre com a oferta de alimentos”. Isso porque, segundo o texto, o esmagamento da soja gera mais oferta de farelo, utilizado na alimentação animal. “Estimamos que esse processo garante uma economia de até R$ 3,5 bilhões em despesas com proteínas animais, equivalente a uma redução de 0,05% no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA)”, pontua a bancada.
Ainda nessa temática, a nota afirma que haverá aumento nesse esmagamento do grão a partir de março deste ano, quando está previsto o aumento na mistura do biodiesel no diesel (passando de 14% para 15%). A frente estima um incremento de pelo menos 2,4 milhões de toneladas de farelo de soja.
Na manifestação, os parlamentares ainda argumentam que outros fatores têm contribuído para a alta nos preços dos alimentos. O câmbio, a quebra da safra de soja no ano passado e os preços mais elevados do óleo de palma no mercado internacional são apontados como gatilhos.
Além disso, a FPBio indica que o prêmio do óleo de soja — diferença entre o preço do mercado e o preço na bolsa de Chicago — subiu em 2024. “É mais uma evidência que o problema é o cenário externo e a inflação interna, que encarece o comércio internacional”, pondera