Vendas concentradas em pequenos e médios produtores rurais ajudaram Banco do Brasil a bater a meta de R$ 3 bi antes do fim da feira
Com um sorriso largo no rosto, o produtor de laranjas Rafael Tomicioli comemorou a compra de um trator mais potente para trabalhar nos 50 hectares que cultiva. “Bom demais, muita paixão, né!”, diz o agricultor, que vem sonhando com esse momento há dez anos. “Uma vitória conquistada através do trabalho, muito suor”, completa o pai, Vanderlei Tomicioli. Os dois são pequenos produtores rurais em Ituiutaba (MG).
O trator é um MF 4709, da Massey Ferguson, que custa cerca de R$ 300 mil. Tomicioli fechou a compra no estande da marca na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), quase ao mesmo tempo em que outro agricultor também garantia uma máquina nova.
Odair Ferreira de Oliveira escolheu um modelo mais potente e cerca de R$ 200 mil mais caro para a fazenda de soja e milho em Altinópolis (SP). No caso dele, foram dois anos de planejamento. E quando a reportagem pergunta se ele já tem alguma máquina desse porte, a resposta vem com os olhos marejados.
“Uma máquina grande dessas, nova? É a primeira! É muita alegria… anos trabalhando…”, conta.
O gerente de vendas da Massey Ferguson, Oderly Junior, diz que os pequenos e médios produtores rurais estão mesmo dominando os negócios fechados pelas 30 concessionárias da marca presentes na Agrishow. “O pequeno e o médio [agricultores] estão buscando tecnologia, especialmente de aplicação com sensores na pulverização e piloto automático”, afirma.
Segundo ele, os produtores de fumo, citrus, cana-de-açúcar e café são os que mais estão comprando durante a feira. Os negócios têm sido tão bons, que a empresa está otimista com os resultados, que devem ser iguais aos da edição passada, mesmo com a perspectiva da organização de queda entre 10% e 15% nas vendas gerais.
Às 15h desta quinta-feira, 2, a presidente do Banco do Brasil anunciou um número importante para a instituição. A meta de R$ 3 bilhões em negócios durante a Agrishow havia acabado de ser batida – faltando ainda 27 horas para o fim do evento. Tarciana Medeiros compartilhou a boa notícia com mais de 100 mulheres que assistiam à palestra Mulheres no Topo, no estande do BB na feira.
O diretor de Agronegócios do banco afirma que os negócios focaram em agricultura familiar e equipamentos de pequeno porte. De acordo com Éverton Kapfenberger, os pequenos e médios produtores rurais estão buscando, além de máquinas, financiamento para projetos ligados à energia. “A linha Fundo Clima do BNDES é direcionada à eficiência e sustentabilidade com taxas a partir de 9% ao ano” conta Kapfenberger ao Agro Estadão.
Para o segundo semestre, após o anúncio do Plano Safra 2024/2025, o diretor de Agronegócios diz que as expectativas são as melhores. “Todos os setores têm o entendimento de que o Plano Safra virá com melhorias; isso está muito claro para todos”, conclui.