Reativação das unidades na Bahia e de Sergipe ainda este ano marca nova fase de investimentos da estatal
As fábricas de fertilizantes nitrogenados da Bahia (Fafen-BA) e de Sergipe (Fafen-SE) vão voltar a ser operadas pela Petrobras, o que permitirá à estatal atender 20% da demanda brasileira por esse tipo de insumo. O anúncio foi feito na quinta-feira, 09, pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante evento no Estaleiro Enseada, em Maragogipe (BA), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a dirigente, ao todo, a Petrobras vai investir R$ 2,6 bilhões na Bahia por meio desses dois projetos. A retomada das atividades da Fafen-BA está prevista para ocorrer até o final de 2025, e a unidade receberá R$ 38 milhões em manutenção. Durante o evento, também foi celebrado o contrato de construção de seis embarcações de apoio marítimo offshore, que serão produzidas no Estaleiro Enseada.
Segundo Magda Chambriard, as embarcações terão pelo menos 65% de conteúdo local. “Com essas plantas da Bahia e de Sergipe, vamos produzir 20% da demanda brasileira de fertilizantes nitrogenados”, afirmou. “Vamos contratar embarcações de apoio. Temos 44 com edital na rua, e lançaremos mais quatro, totalizando os 48 navios anunciados para 2025”, acrescentou. A presidente lembrou que a Petrobras ficou oito anos sem contratar embarcações e que esses 48 navios estavam originalmente previstos apenas para 2026.
O gerente executivo da Fafen-BA, Wagner Felício, destacou a importância da retomada da unidade. “Estamos empolgados em voltar a produzir ureia brasileira”, afirmou. Segundo ele, a fábrica tem capacidade para produzir 1,3 mil toneladas diárias de ureia e outras 1,3 mil toneladas de amônia. O volume permitirá atender até 80% da demanda local da Bahia por fertilizantes. A produção também abastecerá o Centro-Oeste, o Norte e o Nordeste com amônia e Arla — ureia ‘premium’.
Felício lembrou ainda que a Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná — já reativada e em operação —, tem capacidade produtiva de 1,9 mil toneladas diárias. Isso, segundo ele, completa a estrutura necessária para a Petrobras alcançar a meta de suprir 20% da demanda nacional de fertilizantes.
Atualmente, o Brasil, maior produtor mundial de grãos, precisa importar cerca de 80% dos fertilizantes utilizados em suas lavouras. A auto dependência externa deixa o País vulnerável aos recorrentes conflitos geopolíticos que acontecem nas principais regiões produtoras.