Sustentabilidade

BNDES empresta R$ 1 bilhão para construção de planta de etanol de segunda geração da Raízen

Expectativa é de que nova unidade produza 82 milhões de litros do E2G

Um financiamento de R$ 1 bilhão para a Raízen foi aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construção de uma usina destinada à fabricação de etanol de segunda geração. A nova planta será instalada em Andradina (SP) e terá capacidade de produzir 82 milhões de litros por ano do biocombustível

O etanol de segunda geração, também chamado de E2G, é considerado um biocombustível avançado. Uma das diferenças para o de primeira geração é quanto à sua obtenção. Enquanto o primeiro vem da fermentação do açúcar presente extraído da cana, o E2G é feito a partir da celulose dos resíduos da cana, como o bagaço. O efeito prático é a produção de mais etanol com a mesma quantidade de cana-de-açúcar. 

Além disso, outra distinção é que o etanol de segunda geração tem uma pegada de carbono maior do que o de primeira geração. Também tem uma aplicabilidade para outras formas de combustíveis, como o SAF (sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação), o hidrogênio verde e combustível marítimo. 

Segundo o BNDES, os recursos virão do programa BNDES Mais Inovação (R$ 500 milhões) e do Fundo Clima (R$ 500 milhões). Ao todo, a nova unidade da Raízen deve custar R$ 1,4 bilhão, com a criação de 1,5 mil empregos diretos na fase de construção e mais 200, quando estiver operando.

“O apoio do BNDES para a construção de uma unidade de etanol avançado vai contribuir para a expansão da fronteira tecnológica brasileira, além de atrair mais investimentos para a cadeia de fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos. E o Banco dispõe dos instrumentos fundamentais, como o Fundo Clima, que apoia projetos que visam a descarbonização, com apoio à produção de biocombustíveis, e o Mais Inovação, que impulsiona o desenvolvimento de tecnologias disruptivas e que agreguem valor à produção nacional”, disse em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

A expectativa é de que a capacidade brasileira de produção anual do E2G possa aumentar. As seis unidades da Raízen que estão sendo projetadas para a produção do biocombustível, devem produzir 440 milhões de litros nos próximos anos. Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, a necessidade de investimento nessa área é alta. 

 “A ampliação da produção de E2G contribuirá para fortalecer a posição nacional como um dos principais produtores potenciais de novos biocombustíveis. Apenas para SAF e combustível marítimo, a demanda mapeada pelo BNDES para investimentos é da ordem de R$ 167 bilhões. São investimentos que garantirão a expansão da fronteira tecnológica brasileira”, salientou Gordon.

Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.