Cultivares apresentaram produtividade média de 83,3 sacas por hectare e são indicadas para áreas da região Sul e parte de São Paulo
Os visitantes do Show Rural Coopavel, entre 10 e 14 de fevereiro, vão poder conhecer as mais recentes variedades de soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Se trata da BRS 2361 I2X e da BRS 2058 I2X. “São as primeiras cultivares que a Embrapa está lançando dentro da nova tecnologia, nova geração de transgenia, que é a Intacta2 Xtend”, explica o analista de transferência de tecnologias da Embrapa Soja, Rogério de Sá Borges.
Essa plataforma tecnológica para a soja foi lançada em 2021 pela Bayer e promete resistência ao herbicida dicamba. “O dicamba é um outro grupo de herbicidas utilizados principalmente para controle de plantas daninhas de folha larga, especialmente, algumas em que o glifosato não tem mais efeito”, pontua Borges. Além disso, a tecnologia manteve a resistência da soja ao glifosato, o que já tinha na geração anterior da Intacta.
Além dessas características, as novas cultivares da Embrapa também carregam outros aspectos positivos, como aponta o analista.
Nos testes realizados pela Embrapa, a produtividade média ficou compatível com as demais variedades de boa produção já comercializadas no mercado. Segundo Borges, ambas apresentaram um rendimento de 83,3 sacas de soja por hectare, dentro dos locais indicados para o plantio para cada uma (veja abaixo).
Essa variedade é orientada para o norte e oeste do Paraná, além da área do Médio Paranapanema, em São Paulo. É uma planta recomendada para locais com altitude superior a 500 metros. “É onde ela teve o melhor desempenho”, salienta o analista da Embrapa.
Ele indica que essa lista de locais pode crescer nos próximos anos, já que estão sendo feitos testes em outros lugares. “Ela também está sendo avaliada nesta safra para regiões mais ao sul do Paraná, principalmente em áreas mais altas, e no Mato Grosso do Sul. Se ela mostrar méritos nesses ensaios, pode ser estendida a área de indicação”.
Uma característica da variedade é quanto ao ciclo, ficando no grupo de maturidade 6.1. Nas áreas indicadas, ela apresenta um período médio de 120 dias.
Essa cultivar também é indicada para locais com altitudes acima dos 500 metros, porém mais frias. Por isso, a recomendação de cultivo é para as regiões: Alto Vale do Uruguai (leste e oeste), Planalto Médio, Missões, Serra do Nordeste e Planalto Superior no Rio Grande do Sul; Oeste, Meio-Oeste, Nordeste, Centro-Norte e Serra Geral em Santa Catarina; Sudoeste e Centro-Sul no Paraná; Sul de São Paulo.
Considerada uma variedade mais precoce, pertencente ao grupo de maturidade 5.8, elas costumam atingir um ciclo médio de 125 dias. No entanto, isso é para as áreas indicadas, onde as temperaturas são mais baixas, o que retarda o ciclo e deixa a planta dentro de uma janela ideal para o produtor — entre 110 dias e 130 dias. “Esse é um destaque dessa cultivar: ela teve boa adaptabilidade em todas essas regiões do Sul”, comenta Borges.
Além disso, outra característica é a tolerância ao nematóide de galhas da espécie Meloidogyne javanica.
O analista conta que os multiplicadores de sementes já estão com as novas variedades em campo. A estimativa é de que haja oferta para se plantar pelo menos 2 mil hectares de cada uma das variedades na próxima safra, o que é considerado uma demanda expressiva para um lançamento.
“Nós estamos preparando um volume bem especial de sementes, tanto para abastecer os multiplicadores, e eles também já estão no processo de produção de sementes nesta safra que vai ser colhida agora para disponibilizar a partir de abril, quanto para a safra seguinte”, esclarece Borges.
Os interessados em comprar as sementes podem procurar um dos contatos abaixo para reservar: