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Dia do Agricultor: O Brasil da agricultura e da alta produtividade
Mantendo expansão da produção agrícola de forma sustentável, o País se sustenta entre os principais produtores mundiais de alimentos. E as projeções são otimistas
Sabrina Nascimento
28/07/2024 - 04:05

A história de Egon Milla é marcada por décadas de trabalho árduo, inovação e um legado familiar na agricultura. Junto com seus irmãos, ele cresceu entre as plantações do pai, Ernest Milla, um imigrante austríaco que chegou ao Brasil após a 2ª Guerra Mundial.
Ernest foi um visionário na agricultura, adotando cedo o plantio direto, uma técnica que reduz a erosão do solo e aumenta a retenção de umidade, melhorando as colheitas. “Meu pai sempre foi ousado. Foi pioneiro no plantio direto e ajudou a desenvolver as primeiras máquinas para essa prática,” relembra Egon com orgulho.

Os filhos expandiram as práticas de conservação do solo iniciadas por Ernest e incorporaram novas tecnologias. A rotação de culturas, especialmente, tornou-se fundamental na estratégia da família, com o milho sendo plantado a cada dois anos para enriquecer o solo.
O destaque veio com a vitória no Desafio Nacional de Máxima Produtividade da Soja na safra 2023/24, alcançando um rendimento histórico de 138,95 sacas por hectare na Fazenda Mariedda, em Candói, Paraná. “Atribuo esse sucesso aos anos de dedicação à agricultura de alta qualidade, focando na sustentabilidade e longevidade do agro”, explica Egon Milla.
Expansão da agricultura nacional
A família Milla exemplifica como inovações tecnológicas avançadas têm transformado a agricultura brasileira em um motor de crescimento econômico. Com a expansão da produção agrícola de forma sustentável, o Brasil se mantém entre os principais produtores mundiais de alimentos.
Somente a safra de grãos 2023/24 está estimada em mais de 299 milhões de toneladas, segundo dados do acompanhamento de safra divulgados neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a confirmação dos números, esta será a segunda maior safra já colhida na história do País, atrás apenas da temporada 2022/23, quando foram produzidas mais de 319 milhões de toneladas de grãos.
Somente entre as safras 2020/01 e a previsão da temporada 2023/24 há um incremento de quase 200% na produção de grãos, equivalente a cerca de 200 milhões de toneladas.

Enquanto isso, no mesmo período, a área agrícola cultivada cresceu 110%, equivalente a mais de 41 mil hectares, mostrando que a produtividade foi a principal força impulsionadora da expansão agrícola nos últimos anos.

No cenário estadual da produção de grãos, Mato Grosso lidera com uma grande diferença para os demais estados. A produção prevista para esta safra é de 91,6 milhões de toneladas, enquanto Paraná aparece com 38,7 milhões de toneladas e Rio Grande do Sul, 37,1 milhões de toneladas.
Já considerando o Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras, estimado em 801,11 bilhões para este ano, o quadro muda e São Paulo lidera o ranking, com R$ 160,54 bilhões de VBP. Mato Grosso tem resultado levemente inferior, com R$ 159,79 bilhões.


Futuro ainda mais promissor
As projeções são otimistas, indicando que o Brasil continuará a ser uma potência agrícola nas próximas décadas, contribuindo significativamente para a segurança alimentar global e o desenvolvimento econômico.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, até 2032/2033 é esperada uma produção de grãos superior a 389 milhões de toneladas. Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. A produtividade seguirá como a principal alavanca da expansão agrícola. Em grãos, isto pode ser observado ao confrontar os dados de projeções de alta de produção e área plantada, 24,1% e 19,1%, respectivamente.
Para atingir tal feito, o trabalho dos agricultores será de suma importância. Para o atual agricultor campeão nacional de máxima produtividade da soja, a visão para o futuro é clara: a combinação de tecnologia avançada e práticas sustentáveis será fundamental para atender à crescente demanda global por alimentos.
“Temos a obrigação de perseverar. A agricultura sempre terá seu lugar porque estamos falando de produção de alimentos para um mundo em crescimento”, conclui Egon Milla.
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