Economia

Setor de máquinas e equipamentos agrícolas registra queda de 17% em 2024

Avanço de 9,7% na comercialização de tratores e colheitadeiras em dezembro não foi suficiente para conter o recuo anual, mas perspectivas são animadoras para 2025

As vendas totais de máquinas e equipamentos agrícolas (tratores e colheitadeiras) tiveram um avanço de 9,7% em dezembro de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). 

No último mês de 2024, houve avanço nas vendas internas (16,5%), mas recuo significativo nas exportações (-33,1%). 

Em relação à receita líquida total, os negócios renderam ao setor US$ 4,4 milhões — recuo de 7,8% frente a novembro, mas alta de 9,5% em relação ao mesmo mês de 2023. 

Retração da comercialização em 2024

Ainda segundo o levantamento, o resultado relativamente positivo do compilado do último mês de 2024 não foi suficiente para conter a queda de 17,1% na comercialização total do ano passado. O quadro reflete as quedas tanto nas vendas internas (-15,9%) quanto nas exportações (-25,6%).

No ano, a receita líquida do setor de máquinas e equipamentos agrícolas chegou a US$ 60,4 milhões, registrando queda de 19,9% em comparação ao ano anterior. 

Nessa perspectiva anual, o recuo significativo ficou no segmento das colheitadeiras. As vendas totais do grupo, considerando comercialização interna e exportação, fecharam os 12 meses de 2024 em queda de 48,7%. No caso dos tratores, a baixa foi de 13,2%.

Perspectivas para 2025

Segundo a Abimaq, o ano de 2025 ainda será de grandes desafios. No mercado doméstico os efeitos da política monetária e inflação acima da meta devem refletir em desaceleração. “Neste ambiente, atividades dependentes exclusivamente de crédito, como o setor imobiliário e bens de consumo semi e não duráveis tendem a ser os mais impactados negativamente”, pontuou a entidade em nota. 

Já para a agricultura, ainda de acordo com a Abimaq, após um ano de forte desaceleração, as notícias são mais animadoras. “A previsão divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento é de uma safra recorde de grãos e melhora na rentabilidade do produtor rural, fatores que devem abrir espaço para maiores investimentos no campo mesmo num ambiente de crédito restrito e relativamente mais caro”, destacou a associação.