Governo do estado investe R$ 4,1 milhões para incentivar a diversificação de culturas e reduzir a dependência de milho importado
Os produtores rurais de Santa Catarina já podem procurar as cooperativas e casas agropecuárias credenciadas para participar da edição 2025 do Projeto Cultivo de Cereais de Inverno. A iniciativa faz parte do Programa Terra Boa, da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), e tem como objetivo reduzir o déficit no abastecimento de milho no estado. Além disso, o projeto busca ampliar as áreas cultivadas de trigo, triticale e cevada para aumentar a produção de grãos destinados à ração animal, além de expandir a cobertura vegetal dos solos.
Pelo projeto, cada agricultor participante poderá receber um incentivo financeiro de até R$ 410,00 por hectare, com um limite de 10 hectares por produtor, desde que o cereal colhido tenha como destino a produção de ração para alimentação animal. Neste ano, o governo estadual deve investir cerca de R$ 4,1 milhões no projeto, com previsão de alcançar até 10 mil hectares cultivados com cereais de inverno, representando aumento de 6,1% no valor por hectare apoiado.
Em nota, o secretário de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Carlos Chiodini, afirma que o cultivo de cereais de inverno também é uma opção para diversificação das propriedades e agregação de valor. “É uma alternativa para o produtor rural diminuir os custos e melhorar a competitividade, com aproveitamento das áreas de plantio, rotação de culturas e proteção do solo”, ressalta.
Segundo dados do Epagri/Cepa, a cadeia produtiva de proteína animal de Santa Catarina demanda anualmente 8,5 milhões de toneladas de milho para a fabricação de ração. Na safra 2023/2024, a produção de milho no estado foi de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas, de acordo com Observatório Agro Catarinense. Segundo a SAR, o déficit de 6 milhões de toneladas precisa ser importado de outros estados e países vizinhos para abastecer a cadeia produtiva catarinense.
Na safra 2024/25, a produção total deve se manter em 2,5 milhões de toneladas de milho, apesar da redução de 12% na área de cultivo, já que a produtividade aumentou em 32%. A produtividade média registrada no boletim da Epagri em março foi superior a nove toneladas por hectare, nunca antes alcançada no estado. Em regiões como Chapecó e Xanxerê, a produtividade de algumas lavouras pode passar de 15 ton/hectare.