A lagarta de fogo, um vilão silencioso nas lavouras brasileiras, não só ameaça a produção agrícola, mas também representa risco à saúde dos trabalhadores rurais
Imagine investir meses de trabalho e dedicação no cultivo perfeito e, de repente, ver suas plantas sendo atacadas por uma praga devastadora. A lonomia, ou lagarta-de-fogo, é esse vilão silencioso que pode comprometer toda a colheita.
Lembrando que o impacto dessa praga vai além dos danos diretos às plantações; ela também representa um risco à saúde dos trabalhadores rurais devido aos seus pelos urticantes que podem causar reações alérgicas severas.
A lagarta de fogo, também conhecida como taturana-de-fogo ou mariposa-de-fogo, é um inseto pertencente à ordem Lepidoptera e à família Megalopygidae. Seu nome científico mais comum é Megalopyge lanata, embora existam outras espécies do mesmo gênero que também são chamadas de lagartas de fogo.
As espécies mais comuns de lonomia que afetam as culturas no Brasil incluem a Megalopyge lanata e a Podalia walkeri. Essas espécies são conhecidas por causar danos significativos em diversas culturas agrícolas.
O seu ciclo de vida compreende quatro estágios:
Ovo: As fêmeas depositam os ovos em grupos nas folhas das plantas hospedeiras.
Larva: É nesta fase que o inseto é conhecido como “lagarta de fogo”. As larvas passam por vários instares, aumentando de tamanho a cada muda.
Pupa: Neste estágio, a lagarta se transforma em casulo para completar sua metamorfose.
Adulto: A mariposa adulta emerge do casulo, pronta para se reproduzir e reiniciar o ciclo.
Para identificar a presença dessa praga, os produtores rurais devem estar atentos aos seguintes sinais:
Aparência: Corpo coberto por pelos longos e sedosos, geralmente de coloração variando entre amarelo, laranja e marrom.
Danos nas folhas: Presença de folhas com bordas irregulares ou completamente desfolhadas.
Casulos: Pequenos casulos sedosos presos aos galhos ou troncos das plantas.
Mariposas adultas: Presença de mariposas de coloração acinzentada ou amarronzada, geralmente ativas durante a noite.
Geralmente, as culturas mais afetadas são:
A lonomia possui características únicas que a distinguem de outras pragas agrícolas comuns. Seus pelos urticantes são o traço mais distintivo, causando forte irritação ao contato com a pele humana.
A coloração vibrante, variando entre amarelo, laranja e vermelho, combinada com pelos longos e sedosos, é outro indicador confiável.
Diferentemente de pragas como a lagarta-do-cartucho ou a lagarta-da-soja, as lagartas de fogo têm um comportamento de andarem juntas, especialmente nos estágios iniciais de desenvolvimento. Elas tendem a se agrupar nas folhas e galhos das plantas hospedeiras.
Em termos de tamanho, podem atingir até 5 centímetros de comprimento quando totalmente desenvolvidas, geralmente sendo maiores que outras espécies de lagartas pragas.
Sua forma corporal é mais robusta e “peluda” em comparação com outras lagartas comuns na agricultura brasileira.
A observação atenta dessas características – pelos urticantes, coloração vibrante, comportamento gregário, tamanho e forma do corpo – permite aos produtores rurais diferenciar eficazmente a lagarta de fogo de outras pragas, facilitando a implementação de estratégias de controle específicas e eficientes.
O controle efetivo da lagarta de fogo requer uma abordagem integrada, combinando diferentes estratégias:
O controle cultural da lonomia envolve práticas de manejo que previnem e reduzem infestações sem uso de químicos. A rotação de culturas, alternando espécies não hospedeiras, é fundamental para quebrar o ciclo reprodutivo da praga.
Eliminar ervas daninhas remove hospedeiros alternativos, enquanto o monitoramento constante permite detecção precoce de infestações.
O manejo adequado da irrigação, evitando excesso de umidade, cria um ambiente menos favorável para as lagartas. Ajustar a época de plantio para evitar períodos de maior incidência da praga também é uma estratégia eficaz.
Essas práticas, quando integradas, oferecem uma abordagem sustentável e econômica para o manejo da lagarta de fogo, reduzindo a dependência de controles químicos e promovendo o equilíbrio ecológico nas áreas de cultivo.
O controle biológico da lagarta de fogo utiliza inimigos naturais para manter sua população em níveis aceitáveis.
Parasitoides, como vespas Trichogramma e moscas da família Tachinidae, atacam ovos e larvas da praga. Predadores naturais incluem pássaros insetívoros, percevejos e formigas.
Microrganismos entomopatogênicos também são eficazes. Fungos como Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, e bactérias como Bacillus thuringiensis (Bt), são amplamente utilizados.
O Baculovírus tem mostrado resultados promissores no controle de lagartas em diversas culturas.
Esta abordagem ecológica reduz a dependência de pesticidas químicos, promove o equilíbrio do ecossistema agrícola e é compatível com práticas de agricultura sustentável.
A implementação bem-sucedida do controle biológico requer monitoramento constante e, muitas vezes, a liberação estratégica de agentes de controle na lavoura.
O controle químico da lonomia deve ser a última opção, usado com cautela e seguindo rigorosas recomendações técnicas.
Utilize apenas inseticidas registrados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a cultura específica. A aplicação é mais eficaz quando as lagartas estão nos primeiros instantes.
Para evitar resistência, alterne diferentes grupos químicos de inseticidas. Use equipamentos adequados e calibrados para garantir cobertura uniforme na pulverização. Respeite o período de carência entre a última aplicação e a colheita.
O uso responsável de químicos, integrado com outras estratégias de manejo, pode controlar efetivamente a lagarta de fogo, minimizando impactos ambientais e preservando a eficácia dos produtos a longo prazo.
Sempre priorize a segurança do aplicador, do meio ambiente e do consumidor final.
Por fim, a prevenção é fundamental para o manejo sustentável da lagarta de fogo:
Manejo Integrado de Pragas (MIP): Adotar uma abordagem holística que combine diferentes métodos de controle.
Monitoramento constante: Realizar inspeções regulares nas plantações para detectar precocemente a presença da praga.
Preservação de inimigos naturais: Manter áreas de refúgio e evitar o uso indiscriminado de inseticidas de amplo espectro.
Nutrição adequada das plantas: Plantas bem nutridas são mais resistentes ao ataque de pragas.
Diversificação da produção: Sistemas agrícolas diversificados tendem a ser mais resilientes a pragas específicas.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.