Economia

Fases da bovinocultura: quais são elas?

A bovinocultura de corte é dividida em cria, recria e engorda, cada uma com particularidades e exigindo manejo específico para otimizar a produção

A bovinocultura é um setor fundamental para a economia brasileira, e entender as diferentes fases dela é essencial para otimizar a produção e aumentar a rentabilidade. 

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2024, o setor pecuário contribuiu com R$ 819,2 bilhões para o PIB brasileiro, demonstrando a importância desse setor para o país. 

As principais fases da bovinocultura de corte

A bovinocultura de corte é dividida em três fases principais: cria, recria e engorda. Cada uma dessas etapas possui suas particularidades e exige um manejo específico para garantir o melhor desempenho dos animais. 

Algumas propriedades optam por realizar o ciclo completo, enquanto outras se especializam em uma ou duas fases. Compreender as características de cada fase é fundamental para o sucesso da produção bovina.

Fase da cria

Foto: Adobe Stock

A fase da cria é o ponto de partida da bovinocultura e abrange desde a gestação da vaca até o desmame do bezerro. Durante a gestação, é crucial fornecer uma nutrição adequada à vaca, garantindo o desenvolvimento saudável do feto. 

O manejo sanitário nessa fase inclui a vacinação das matrizes contra doenças que podem afetar a gestação e o bezerro recém-nascido.

O momento do parto requer atenção especial. É importante monitorar as vacas prestes a parir e estar preparado para intervir, se necessário. Após o nascimento, os cuidados com o bezerro recém-nascido são fundamentais. 

A ingestão do colostro nas primeiras horas de vida é crucial, ao fornecer anticorpos essenciais para a imunidade do animal. A cura do umbigo e a identificação do bezerro também devem ser realizadas logo após o nascimento.

Durante o período de amamentação, o manejo adequado da vaca e do bezerro é essencial para garantir o desenvolvimento saudável do filhote. À medida que o bezerro cresce, inicia-se a introdução gradual de alimentos sólidos, preparando-o para o desmame. 

O processo de desmame deve ser realizado de forma cuidadosa, minimizando o estresse tanto para o bezerro quanto para a vaca.

Fase da recria

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A fase da recria começa após o desmame e se estende até o momento em que os animais estão prontos para entrar na fase de engorda ou reprodução. Nesta etapa, o foco principal é o desenvolvimento adequado dos novilhos, garantindo um crescimento saudável e preparando-os para as fases seguintes.

A nutrição desempenha um papel crucial na fase de recria. É fundamental fornecer pastagens de qualidade e, quando necessário, suplementação adequada para atender às necessidades nutricionais dos animais em crescimento. 

O manejo das pastagens e a rotação de piquetes são estratégias importantes para garantir a disponibilidade de forragem de qualidade ao longo do ano.

O calendário de vacinação e os cuidados sanitários são essenciais nesta fase para prevenir doenças e garantir o bom desenvolvimento dos animais. As principais vacinas incluem aquelas contra febre aftosa, brucelose, raiva e clostridioses. Além disso, o controle de parasitas internos e externos deve ser realizado regularmente.

O monitoramento constante do peso e do desenvolvimento dos animais é fundamental na fase de recria. Isso permite identificar problemas precocemente e ajustar o manejo conforme necessário. 

A pesagem periódica e a avaliação do escore corporal são ferramentas importantes para acompanhar o desempenho dos animais e tomar decisões de manejo adequadas.

Fase da engorda

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A fase da engorda, também conhecida como terminação, é a etapa final da produção de bovinos de corte. O objetivo principal nesta fase é maximizar o ganho de peso e preparar os animais para o abate, garantindo a qualidade da carne produzida.

Existem dois sistemas principais de engorda: pasto e confinamento. A engorda a pasto é mais comum em regiões com disponibilidade de pastagens de qualidade e geralmente resulta em um ciclo de produção mais longo. 

Já o confinamento permite um ganho de peso mais rápido e um melhor controle da alimentação, mas requer maiores investimentos em infraestrutura e alimentação.

A nutrição balanceada é crucial na fase de engorda. A dieta deve ser rica em energia e proteína para promover o ganho de peso eficiente. 

No sistema de confinamento, a ração é formulada para atender às necessidades específicas dos animais, enquanto, na engorda a pasto, a suplementação estratégica é utilizada para complementar a forragem disponível.

O bem-estar animal é um aspecto fundamental na fase de engorda. Isso inclui proporcionar espaço adequado, conforto térmico, acesso à água limpa e fresca e manejo gentil dos animais. 

Essas práticas não apenas atendem às demandas éticas da produção animal, mas também contribuem para um melhor desempenho e qualidade da carne.

Fatores que influenciam as fases da bovinocultura

Diversos fatores podem influenciar o desempenho dos animais nas diferentes fases da bovinocultura. O clima é um fator crucial, afetando a disponibilidade de forragem, o conforto térmico dos animais e a incidência de doenças. 

Em regiões tropicais, por exemplo, o estresse térmico pode impactar negativamente a produção, especialmente na fase de engorda.

A escolha das raças adequadas é outro fator determinante para o sucesso da produção. Algumas raças são mais adaptadas a determinadas condições climáticas e sistemas de produção. 

Por exemplo, raças zebuínas, como o Nelore, são mais resistentes ao calor e a parasitas, sendo amplamente utilizadas em regiões tropicais do Brasil.

A genética dos animais influencia diretamente características como taxa de crescimento, eficiência alimentar e qualidade da carcaça. Programas de melhoramento genético podem contribuir significativamente para o aumento da produtividade em todas as fases da bovinocultura.

O manejo sanitário adequado é essencial em todas as fases, prevenindo doenças e garantindo o bem-estar dos animais. Um programa de vacinação bem estruturado, aliado a práticas de biossegurança, contribui para a saúde do rebanho e, consequentemente, para o melhor desempenho produtivo.

Por fim, a capacitação da mão de obra e a adoção de tecnologias adequadas são fatores que impactam diretamente o sucesso da produção. O investimento em treinamento e em ferramentas de gestão pode resultar em melhorias significativas em todas as fases da bovinocultura.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão