Saiba como funciona a helicicultura, desde a escolha da espécie e estrutura até a comercialização do produto final
O escargot, um molusco gastrópode terrestre, conquista paladares refinados ao redor do mundo. Sua história na gastronomia remonta a tempos antigos, mas foi na culinária francesa que ganhou destaque e prestígio.
No Brasil, a helicicultura — nome dado à criação de escargots — começou na década de 1970, intensificando-se nos anos 1980.
O investimento inicial na criação de escargots pode ser considerado relativamente baixo quando comparado a outras culturas, como a ostreicultura. Isso torna a atividade atraente para pequenos e médios produtores.
Quanto ao mercado, embora ainda seja um nicho, há demanda crescente por parte de restaurantes especializados, hotéis de luxo e consumidores gourmets.
A espécie mais adequada para a criação comercial no Brasil é a Helix aspersa, conhecida como Petit Gris. É importante ressaltar que a criação desta espécie é autorizada pela Portaria IBAMA 93/1998 de 07/07/98.
O ciclo de vida do escargot compreende quatro fases: ovo, filhote, juvenil e adulto. Esses moluscos são herbívoros e hermafroditas, o que necessita de um parceiro para a reprodução.
As condições ideais de temperatura variam entre 18°C e 22°C, com umidade relativa do ar entre 75% e 95%. Essas condições são fundamentais para o desenvolvimento saudável e a produtividade dos animais.
Existem três sistemas principais de criação: extensivo, semi-intensivo e intensivo. O sistema semi-intensivo é geralmente o mais indicado para produtores rurais, pois equilibra custo e controle. Neste sistema, os escargots são criados em recintos protegidos, mas com acesso ao solo natural.
A infraestrutura básica para a criação inclui:
A irrigação é fundamental para manter a umidade no ambiente de criação. Sistemas de aspersão ou nebulização são comumente utilizados.
O controle ambiental, monitorando e ajustando temperatura e umidade, é essencial para o bem-estar e produtividade dos escargots.
A dieta dos escargots é baseada em vegetais, com preferência por folhas verdes como alface, couve e chicória. Além disso, abóbora e cenoura são bem aceitas.
A suplementação com rações balanceadas específicas para escargots é importante para garantir todos os nutrientes necessários.
O cálcio desempenha um papel fundamental na formação e fortalecimento da concha. Fontes como farinha de ostras e casca de ovos moída podem ser oferecidas para suprir essa necessidade.
A alimentação deve ser fornecida diariamente e os cochos devem ser mantidos limpos para evitar contaminações.
O processo reprodutivo dos escargots é fascinante. Apesar de serem hermafroditas, necessitam de um parceiro para a fertilização.
Após o acasalamento, os ovos são depositados em pequenas cavidades no solo. O período de incubação dura cerca de 15 a 20 dias, dependendo das condições ambientais.
Os filhotes recém-nascidos requerem cuidados especiais nos berçários. A fase de engorda dura aproximadamente 6 meses, período em que os escargots atingem o tamanho e peso comerciais desejados.
A colheita é realizada quando os escargots atingem a maturidade, indicada pela formação do opérculo (tampa calcária na abertura da concha).
Após a colheita, os animais passam por um período de jejum e purgação, essenciais para garantir a qualidade e segurança alimentar do produto final.
O mercado para escargots no Brasil ainda é considerado de nicho, mas com potencial de crescimento.
Os principais compradores são restaurantes especializados, delicatessens e hotéis de luxo. Há também oportunidades de exportação para países onde o consumo é mais difundido.
Os escargots podem ser comercializados de diversas formas: vivos, pré-cozidos, congelados ou em conservas. Cada formato atende a diferentes demandas do mercado e requer processos específicos de preparação e embalagem.
Para iniciar uma criação comercial de escargots, é necessário atender a exigências legais e sanitárias. O registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é obrigatório, assim como a observância das normas estaduais de meio ambiente.
Produtores interessados em ingressar nesse mercado podem buscar orientação junto a órgãos de extensão rural, como EMATER ou SEBRAE. Essas instituições oferecem suporte técnico e auxiliam na elaboração de planos de negócios adaptados à realidade de cada região.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão