Economia

Café solúvel: exportações brasileiras e consumo interno crescem em 2024

País embarcou o equivalente a 1,9 milhão de sacas; já as compras brasileiras do café solúvel somaram 526 mil sacas

De janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou o equivalente a 1,915 milhão de sacas de 60 kg de café solúvel, crescimento de 3,3% na comparação com o remetido ao exterior no mesmo período do ano passado, conforme dados do relatório semestral divulgado nesta quarta-feira, 31, pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

Para Aguinaldo Lima, diretor de relações institucionais da entidade, esse crescimento em volume reflete os contínuos investimentos em qualidade e inovações tecnológicas por parte das sete indústrias do produto instaladas no país.

“Essas melhorias realizadas pelas indústrias demonstram completa harmonia com os requisitos da governança socioambiental e da sustentabilidade, os chamados critérios ESG, evidenciando que elas estão preparadas para atender às exigências impostas pelo mercado internacional, como o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR)”, comenta Lima. 

As indústrias são filiadas à Abics e, juntas, possuem capacidade produtiva de 132 mil toneladas de café solúvel. De acordo com a entidade, o volume faz do Brasil o maior parque industrial do mundo especializado na produção desse tipo de café.

Em receita cambial, os embarques no primeiro semestre deste ano somam US$ 402,9 milhões, avanço de 13,8% sobre o aferido entre janeiro e junho de 2023. “Essa performance sinaliza a possibilidade de se alcançar um novo recorde em valor obtido com as exportações de cafés solúveis brasileiros em 2024”, analisa o diretor.

Principais destinos do café solúvel brasileiro

Os Estados Unidos lideraram o ranking dos principais destinos dos cafés solúveis do Brasil no primeiro semestre. Mesmo com queda de 20,4% nas importações, os americanos compraram 336.646 sacas. Fechando o top 3, estão a Indonésia, com a compra de 119.474 sacas (+39,5%) e a Rússia, com 99.706 sacas (+158,3%).

A  Abics também destaca que houve avanços significativos nas aquisições por nações concorrentes, que produzem café e também industrializam o solúvel. O principal destaque foi o México, segundo maior produtor mundial do produto, que comprou 227% no período – o que lhe garantiu o sétimo lugar no ranking dos maiores importadores.

Consumo interno

Nos primeiros seis meses de 2024, o Brasil consumiu o equivalente a 525.797 sacas de café solúvel, um avanço de 1,2% em relação às 519.537 sacas absorvidas pelo mercado interno no primeiro semestre de 2023.

“Esse desempenho foi sustentado pelo vigoroso impulso de 95,6% do café tipo freeze dried (liofilizado), uma vez que o spray dried, que representa o maior volume (88% do total), interrompeu a série de crescimento ao recuar 4,4% de janeiro a junho. Já os cafés solúveis importados, com representatividade de apenas 2% do geral, tiveram crescimento de 23% no período”, conclui Aguinaldo Lima.


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