Economia

BNDES libera recurso para a primeira fábrica de glúten vital do Brasil 

Indústria conseguirá produzir até 25,6 mil toneladas do produto 

A Be8 e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram a aprovação do financiamento da primeira unidade de fabricação de glúten vital do Brasil. Serão R$ 290,2 milhões para a construção da fábrica. 

A planta fabril faz parte de um projeto de complexo industrial orçado em R$ 1,2 bilhões que inclui a produção de etanol por trigo, triticale e de farelo de DDGS (sigla em inglês para Grãos Secos de Destilaria com Solúveis). As obras já iniciaram e a expectativa é de que esteja pronta até o segundo semestre de 2026.

O glúten vital é obtido a partir do processamento do trigo, sendo utilizado na panificação para aumentar a qualidade da farinha de trigo. Além disso, é usado na fabricação de medicamentos e itens de higiene pessoal. Atualmente, todo glúten vital usado no Brasil é importado. Conforme a Associação Brasileira de Indústria de Trigo (Abitrigo), o Brasil demandou em 2024 cerca de 22,1 mil toneladas. A expectativa da Be8 é de que a fábrica produza 25,6 mil toneladas do produto. 

Projeção de como irá ficar a planta em Passo Fundo (RS). Imagem: Be8/Divulgação

A nova unidade será construída no município de Passo Fundo (RS). Segundo a empresa, a localização é estratégica já que está perto de 170 cidades gaúchas, responsáveis por mais da metade do cultivo de trigo do estado. O Rio Grande do Sul é o maior produtor do cereal, com estimativa de produção para esta safra de inverno de 3,8 milhões de toneladas, conforme o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Este é um parque fabril que integra um conceito importante de geração de energia renovável e produção de alimento, confirmando que esses dois desafios podem ser superados de forma conjunta”, disse em nota o presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella.

Já o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, lembrou do papel que a fábrica terá na cadeia nacional do trigo. “Com essa planta pioneira financiada pelo Banco, o Brasil deixa de ser 100% dependente da importação de glúten e passa a ocupar um novo espaço estratégico na cadeia de trigo”.