Com US$ 2,6 bilhões em receita, setor alcança recorde histórico no bimestre, impulsionado pela alta do café, carnes e produtos florestais
O agronegócio mineiro exportou 1,4 milhão de toneladas no primeiro bimestre de 2025, uma queda de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da redução no volume, a receita gerada foi de US$ 2,6 bilhões, registrando um crescimento de 18% frente a janeiro e fevereiro de 2024. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, o setor representou 43% das exportações do estado, estabelecendo um recorde para o bimestre na série histórica e superando a mineração. Os números podem ser conferidos no Painel Interativo do Comércio Internacional de Minas Gerais.
Em nota, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, disse que “o cenário nos próximos meses vai depender da dinâmica de preços das commodities e da demanda, especialmente da China e dos Estados Unidos”.
Ao todo, 150 países compraram produtos mineiros, com destaque para Estados Unidos (14%), China (13%), Alemanha (8%), Bélgica (6%) e Itália (6%).
O café manteve sua posição como o principal produto das exportações mineiras, gerando uma receita de US$ 1,8 bilhão com a venda de 5 milhões de sacas. Esses resultados representam um aumento de 56% no valor, apesar da queda de 6% no volume em relação ao ano anterior. O grão respondeu por 70% da receita total das exportações do estado, consolidando Minas Gerais como o maior produtor e exportador de café do Brasil.
As exportações de carnes, em geral, registraram um avanço de 13% no volume e de 20% na receita (US$ 247 milhões). A carne bovina segue como a mais comercializada por Minas Gerais, com US$ 171 milhões em receita e 36 mil toneladas embarcadas para, principalmente, China, EUA, Chile, Argélia e Rússia. Juntos, esses países responderam por 83% das compras.
As exportações de carne de frango chegaram a US$ 61 milhões em receita para um volume de 32 mil toneladas, impulsionadas pelo aumento da demanda asiática. Os suínos seguem com participação significativa frente aos compradores estrangeiros, registrando vendas de US$ 11 milhões e o embarque de 6 mil toneladas.
O setor de produtos florestais, como celulose, madeira, borracha e gomas naturais, teve crescimento de 17% na receita, totalizando US$ 197 milhões. O volume exportado também aumentou em 18%, atingindo 330 mil toneladas. Destaque para a celulose e o papel, que tiveram altas de 18% e 80% na receita, respectivamente.
Por outro lado, alguns produtos registraram quedas devido a adversidades climáticas e fatores de mercado. O complexo sucroalcooleiro (açúcares e álcool) registrou uma redução expressiva de 54% na receita, totalizando US$ 176 milhões, e de 50% no volume exportado, que somou 379 mil toneladas. Esse desempenho foi impactado pela menor disponibilidade de cana-de-açúcar para moagem, resultado de uma entressafra prolongada e da maior destinação da matéria-prima para a produção de etanol, impulsionada pela alta dos combustíveis. Além disso, desafios logísticos e oscilações na demanda externa contribuíram para a retração do setor.
O complexo soja (grãos, farelo e óleo) também registrou uma forte retração nas exportações. A receita de US$ 84 milhões e o embarque de 199 mil toneladas representaram quedas de 55% e 48% em relação ao ano anterior, respectivamente. Esse desempenho foi impactado, principalmente, por adversidades climáticas, como a estiagem prolongada em importantes regiões produtoras de Minas Gerais, o que afetou a produtividade e reduziu a oferta do grão no mercado.