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Soja e derivados têm dia de fortes quedas em Chicago

Clima nos Estados Unidos e fraco desempenho econômico da China estão entre as principais razões

2 minutos de leitura 26/07/2024 - 19:28

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Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com

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Sob influência de mercados externos e condições climáticas – com  previsão de retorno das chuvas ao cinturão verde dos Estados Unidos, os contratos futuros da soja encerraram esta sexta-feira, 26, com fortes desvalorizações na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).

A soja em grão, contrato para novembro de 2024, o mais comercializado e considerado como referência atual para a safra norte-americana, fechou o dia a US$ 10,46 por bushel, queda de 3,06%. Movimento seguido pelos derivados da oleaginosa.

O farelo do grão, vencimento dezembro de 2024, recuou 1,58% com a tonelada cotada a US$ 324. O declínio mais significativo ocorreu no futuro (dez/24) do óleo de soja, queda de 5,14%, a US$ 41,90 centavos de dólar por libra-peso.

Conforme analistas ouvidos pelo Agro Estadão, pesou sobre o óleo de soja uma decisão da justiça norte-americana que pode levar a uma revisão nos mandatórios de biodiesel, além da influência da queda das cotações do petróleo, que fecharam esta sexta-feira com recuo de 1,43% no contrato para setembro do tipo  WTI, a US$ 77,16 o barril,  e queda de 1,36% para o Brent, tipo de petróleo mais comercializado, com barril a US$ 80,28.

“Hoje foi um dia bastante atípico e infelizmente negativo com muitas interferências do mercado externo, que acabou pressionando as exportações de soja. Por exemplo, o caso que veio da política ambiental dos Estados Unidos, onde pequenas refinarias, neste momento, poderiam não cumprir os percentuais obrigatórios de mistura,” explica o analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene.

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Ainda sobre a queda do complexo soja na CBOT, o consultor da Agrifatto, Stefan Podsclan ressalta o fator clima. “Até ontem [25 de julho], as previsões nos EUA indicavam poucas chuvas, com aumento de temperaturas nos próximos 10 dias, e isso se mantém, porém há sinalização de melhores volumes de chuvas no final deste mês e isso trouxe uma percepção negativa para os preços em Chicago”, explica Podsclan. 

“Caso ocorram, essas chuvas darão às lavouras a umidade necessária para suportar as altas temperaturas esperadas e iniciar agosto, mês chave para a produtividade da soja norte-americana, com perfis recarregados e o bom estado das colheitas nos Estados Unidos, continua a ser um fator chave de pressão descendente sobre o mercado,” comenta Luiz Carlos Pacheco, analista sênior da TF Agroeconômica.

Complementando esses cenários, há ainda o panorama econômico chinês. Conforme análise de José Carlos de Lima Júnior, sócio-diretor da Markestrat, a China passa por um excesso de oferta de soja em um momento de fraca demanda por ração animal. 

Em virtude de uma economia pouco aquecida, a China, que consome quase metade da carne suína do mundo, vem reduzindo a demanda pela proteína, fato que compromete as importações da oleaginosa.

Sobre o futuro, Lima Júnior destaca que “se considerar que entre setembro a dezembro, que é a principal temporada de vendas para os grãos americanos, a pressão tende a ficar maior, os preços de produtos como óleo de soja e farelo de soja estão prestes a cair ainda mais”, conclui.

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