Colheita da safrinha passa de 82% em todo Brasil; nos EUA as atenções seguem voltadas a questões climáticas
Contrariando o fechamento do mercado internacional, o milho encerrou a semana com cotações valorizadas. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os preços chegaram a R$ 66 nos portos brasileiros, com prêmios entre US$ 110 e US$ 120 por bushel.
“As dificuldades de logística das tradings no Brasil e atrasos na originação do programa de exportação deste ano parecem justificar a corrida por negócios com milho no porto, para agosto e setembro, nestes últimos dias”, informa a consultoria em relatório semanal.
No fechamento desta sexta-feira, 26, no entanto, o mercado manteve certa restrição nas ofertas. No Paraná, não houve relatos de negócios significativos ao longo do dia. No oeste do estado, a saca foi ofertada entre R$ 58 e R$ 60. No Rio Grande do Sul, o mercado sente dificuldade para viabilizar lotes de milho abaixo de R$ 65, mais acréscimo de ICMS, porém, segundo o analista da Safras, Paulo Molinari, não há ainda força compradora para preços acima deste nível.
Em Chicago, o fechamento de sexta-feira devolveu parte dos ganhos acumulados na semana. O contrato com vencimento em setembro deste ano teve uma queda de 2,83%, a US$ 3,94 por bushel. Ainda assim, igual posição fechou a semana com valorização de 1,02% frente à semana anterior.
Além do movimento de realização de lucros diante dos ganhos recentes, o mercado também foi pressionado pelo recuo do petróleo em Nova Iorque.
O ritmo da colheita do milho norte-americano, assim como as questões climáticas nos Estados Unidos devem continuar pautando os preços do grão em Chicago e posteriormente em demais mercados.
Apesar de previsões divulgadas nesta semana apontarem para chuvas no Meio-Oeste do país, o que pode minimizar impactos da onda de calor, o National Weather Service (NWS) segue mantendo a previsão de altas temperaturas em quase todo os EUA e chuvas abaixo da média em áreas produtoras.
Os agentes de mercado também devem seguir de olho em uma possível desvalorização do Yuan, moeda da China.
Nesta semana, a colheita do milho segunda safra atingiu 82,56% da área semeada em todo o país, porcentual que segue recorde para o período. De acordo com a Pátria Agronegócios, em 2023, o volume colhido chegava a 57,65%, em 2022 era de 71,25%. Nos últimos cinco anos, a média é de 62,59% para este período.
Mato Grosso segue como o mais adiantado, com 98,4% da safrinha colhida. Também seguem avançados: Goiás (89,9%), Paraná (83%), São Paulo (76,6%) e Minas Gerais (72,1%).
Enfrentando seca desde meados de abril, a rentabilidade e qualidade do milho, agora em maturação no centro do país, pode ter sido comprometida. Segundo a consultoria Pátria, há relatos de campo que indicam redução agressiva das produtividades observadas nos talhões agora em colheita.
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