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Cepea: tarifaço dos EUA pode ajudar exportações de carne bovina, mas também trazer impactos negativos

Brasil exportou 28,16% da produção nacional de carne bovina no ano passado

Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) seguem analisando os efeitos das tarifas dos Estados Unidos. Segundo o Cepea, o setor de carne bovina segue atento aos impactos, que podem ter duas variáveis. 

Um lado positivo é que as tarifas devem reforçar as exportações de produtos agropecuários brasileiros. “Ainda que países importadores de carne bovina tenham reflexos negativos em suas economias, é possível que a demanda externa por carne bovina do Brasil se mantenha em bom patamar”, pontuaram os pesquisadores. 

No entanto, há perspectivas negativas para a economia interna, já que as tarifas se somam a um cenário de turbulência na economia internacional e isso deve afetar diferentes setores. “Isso tende a acarretar redução dos investimentos, desemprego e diminuição da renda dos brasileiros para o consumo de carne e outros bens”, indicou o Cepea.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações da proteína bovina representaram 28,16% da produção nacional. O entendimento dos pesquisadores do Cepea é “que o escoamento de quase três quartos depende da renda dos brasileiros”.