Cotações

B3 inicia negociação de contrato futuro de café conilon/robusta

Para Abics, a nova ferramenta beneficiará todos os atores da cadeia produtiva cafeeira na mitigação de riscos

A B3, Bolsa do Brasil, iniciou nesta semana a negociação do contrato futuro de café conilon/robusta (coffea canephora). O Brasil é um dos maiores produtores do mundo dessas variedades, sendo que o Espírito Santo é responsável por aproximadamente 70% da produção nacional. Outros estados que também se destacam na produção são Rondônia e Bahia. 

O contrato futuro de café conilon/robusta tem a possibilidade de entrega física, com lotes depositados em armazéns credenciados pela B3. O produto será negociado cru, em grãos, em contratos que equivalem a 100 sacas de 60 quilos e com vencimento nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro.

Diferentemente do café arábica, o contrato do café conilon/robusta terá cotação em reais e não em dólar. “Entendemos que faz mais sentido para um produto como o conilon ter a negociação em reais, já que o maior volume da produção é voltado para o mercado interno, ao contrário do café arábica, que é um produto voltado para a exportação”, explica em nota Marielle Brugnari, Head de produtos de commodities da B3.

Conforme a B3, as negociações de contratos futuros permitem que produtores, cooperativas, comercializadoras e indústrias se protejam contra a volatilidade dos preços do mercado ao fixar um valor para a negociação futura do café.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Fabio Sato, salientou que a iniciativa mitiga riscos na negociação a todos os atores da cadeia produtiva cafeeira.

“Essa é mais uma ferramenta à disposição dos atores da cafeicultura, incluindo as indústrias de café solúvel, que utilizam conilon em seus blends. Entendemos como importante ter uma nova ferramenta de trava de preços futuros, que ampliará a proteção das cotações do produto contra flutuações inesperadas, auxiliando na redução do risco nas operações”, destacou Sato durante o evento que marcou o início das operações, nesta segunda-feira, 23.

Para o presidente da Abics, a negociação na B3 também dará maior visibilidade aos cafés conilon e robusta brasileiros nos mercados interno e internacional, além de gerar maior liquidez. “Com a bolsa se responsabilizando pela análise das amostras e verificação dos critérios estipulados nos contratos, também teremos segurança nas transações”, completou.

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