Agropolítica

Em tentativa de negociar tarifaço, governo se reúne com secretário de Comércio dos EUA

Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, a conversa foi “boa” e “proveitosa”; EUA demonstram interesse em terras raras brasileiras

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que teve uma conversa com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. Esse é o primeiro indicativo de um diálogo com a parte americana depois que o governo encaminhou uma carta pedindo que o governo de Donald Trump avaliasse propostas de um acordo.

“Em vez de ter um perde-perde, com inflação nos Estados Unidos e diminuição das nossas exportações para o mercado americano, devemos resolver os problemas, aumentar a complementaridade econômica, a integração produtiva, investimentos recíprocos. Enfim, avançarmos numa agenda extremamente positiva”, disse Alckmin a jornalistas nesta quinta-feira, 25. 

O encontro foi realizado de forma remota no último sábado, 19, e durou aproximadamente 50 minutos. O vice-presidente qualificou a conversa como “boa” e “proveitosa”, mas não deu detalhes dos pontos discutidos. “Agora, vamos aguardar. São conversas institucionais, devem ser reservadas, mas tivemos sim um contato e essa é a disposição do governo brasileiro”, ressaltou Alckmin. 

Desde a semana passada, o governo já fez cerca de 20 reuniões com diferentes elos do setor produtivo brasileiro. Segundo o Planalto, foram mais de 100 entidades e empresas ouvidas nesse tempo. Alckmin também afirmou que conversou com senadores que vão embarcar para Washington, Estados Unidos, na intenção de negociar sobre a tarifa ao Brasil. 

Como mostrado pelo Estadão.com, as negociações com o governo americano podem ter um novo item na pauta. De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), os Estados Unidos demonstraram interesse nas chamadas terras raras, minerais utilizados na fabricação de baterias, equipamentos eletrônicos e outros aparelhos de alta tecnologia. 

A guerra tarifária iniciada pelo presidente Trump teve novo impulso neste mês após ele começar a endereçar cartas a diferentes países nas quais anuncia tarifas de importação. No caso do Brasil, a tarifa foi de 50%, a maior até o momento. Desde então, diferentes nações vêm buscando acordos com os americanos para reduzir as alíquotas. 

Alguns acordos alcançados foram:

Outros parceiros comerciais dos Estados Unidos têm corrido para fechar acordos antes de 1º de agosto, data em que as taxas entrarão em vigor. União Europeia e Coreia do Sul já sinalizaram que caminham nessa direção.