O “algodão de seda” é uma espécie invasora que se espalha rapidamente, ameaçando lavouras e pastagens brasileiras
O “algodão de seda” tem se tornado um desafio crescente para produtores rurais brasileiros. Contudo, é importante esclarecer que esta planta não tem relação com o algodão cultivado comercialmente.
Na verdade, trata-se da Calotropis procera, uma espécie invasora que ameaça pastagens e lavouras, causando prejuízos econômicos e ambientais significativos.
A Calotropis procera, conhecida popularmente como “algodão de seda”, é uma planta exótica originária de regiões áridas da África e Ásia. No Brasil, ela se disseminou amplamente, tornando-se uma espécie invasora preocupante.
Trata-se de um arbusto de crescimento rápido, que se propaga eficientemente pelo vento graças aos seus frutos peculiares.
Para que os produtores possam identificar precocemente esta planta invasora, é fundamental conhecer suas características distintivas:
As flores são vistosas, geralmente roxas na parte superior e brancas na base, agrupadas em cachos. O elemento-chave para identificação são os frutos: grandes, verdes, inflados e em forma de ovo.
Quando maduros, estes frutos se abrem, liberando sementes envoltas em uma fibra branca e sedosa, que lembra o algodão — daí o nome popular.
Um aspecto fundamental a ser observado é a presença de um látex branco e leitoso em todas as partes da planta. Este látex é tóxico e pode causar irritações na pele, olhos e mucosas em caso de contato direto.
A Calotropis procera representa uma ameaça significativa para a agricultura e pecuária por diversas razões. Primeiramente, ela compete agressivamente por recursos essenciais como água, luz e nutrientes com as culturas e forrageiras.
Isso resulta em uma redução drástica da produtividade agrícola e da capacidade de suporte das pastagens.
Em áreas de pastagem, a infestação por “algodão de seda” diminui consideravelmente o espaço disponível para o pastejo dos animais.
Além disso, em casos de infestação severa em lavouras, pode ocorrer o entupimento de máquinas agrícolas durante a colheita, gerando problemas operacionais e aumentando os custos de produção.
A toxicidade da planta é outro fator de grande preocupação. O látex presente em todas as suas partes pode causar intoxicação em animais de criação como bovinos, caprinos e ovinos.
Os sintomas de intoxicação incluem dermatites, lesões gastrointestinais, problemas respiratórios e até cegueira temporária. Em casos graves, a ingestão da planta pode levar à morte do animal.
Adicionalmente, o “algodão de seda” tem um impacto ecológico negativo como espécie invasora. Ela altera a estrutura da vegetação nativa e afeta a biodiversidade local, podendo causar desequilíbrios nos ecossistemas.
A prevenção é fundamental no combate ao “algodão de seda”. Algumas práticas podem ajudar a evitar a infestação inicial ou reduzir sua severidade:
Para infestações já estabelecidas, métodos físicos e mecânicos podem ser empregados:
O controle químico é uma opção eficaz, especialmente para infestações extensas. Herbicidas sistêmicos têm mostrado bons resultados contra a Calotropis procera. No entanto, é imprescindível consultar um engenheiro agrônomo para a prescrição correta do produto.
Ao utilizar herbicidas, é fundamental seguir rigorosamente as recomendações de dosagem e modo de aplicação (que pode ser foliar, no toco, ou na base do caule). O uso de EPIs completos é obrigatório, assim como o respeito à legislação ambiental vigente.
O armazenamento, manipulação e descarte dos produtos químicos devem ser feitos de acordo com as normas de segurança para evitar riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
O combate eficaz ao “algodão de seda” requer uma abordagem integrada, combinando diferentes métodos de controle. A identificação precoce da planta e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para evitar infestações severas.
Para produtores rurais que já enfrentam o problema, a consulta a um profissional qualificado é essencial para desenvolver uma estratégia de manejo adequada às condições específicas de cada propriedade.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão