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Tem cheiro de baunilha, gosto de baunilha, mas não é baunilha. O especialista e pesquisador da Embrapa, José Urano de Carvalho, fala sobre o cumaru ao Agro, essa semente amazônica que chega a ser comercializada por R$ 200 o quilo.
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É a semente do cumaruzeiro, árvore que pertence à família Fabaceae. Trata-se de uma planta nativa do Brasil, mais especificamente da região Amazônica. Os estados com ocorrência são Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso e Maranhão.
Para utilizar o cumaru na culinária, é preciso que a semente esteja seca. Além disso, a quantidade deve ser muito baixa. Urano explica que o cumaru é usado de forma semelhante à noz-moscada, ou seja, ralado e em pequenas quantidades.
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O cumaru também é utilizado na indústria de perfumaria e de sabonetes. O óleo extraído da semente chega a ser cotado entre R$ 1.500 e R$ 2.000 por litro. Cada semente produz de 38% a 43% de óleo, ou seja, são necessárias muitas sementes para obter um litro.
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O cumaru contém uma substância chamada cumarina. Essa propriedade química é uma das responsáveis pelo aroma que lembra a baunilha. Além disso, devido a essa substância, o cumaru possui benefícios medicinais, como efeitos anticoagulantes.
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A madeira do cumaruzeiro também tem valor comercial importante, pois é de boa qualidade e alta densidade, 1,08 g/cm³. Cerca de 380 mil metros quadrados de madeira foram explorados apenas no estado do Pará nos últimos dez anos, o equivalente a 95 mil árvores.
Ronaldo Rosa/Embrapa
O cumaru não é cultivado em larga escala. Em geral, os cultivos mais desenvolvidos ocorrem em sistemas de manejo agroflorestal; no entanto, a maior parte das sementes provém do extrativismo. Segundo Urano, o IBGE registra uma extração anual inferior a 150 toneladas.
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A demanda pelo cumaru vem crescendo, motivada pela valorização da semente. Há quatro anos, o quilo era negociado entre R$ 30 e R$ 40 e, atualmente, chega a R$ 200.
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